domingo, 26 de abril de 2009

Crónicas do Dom Juan Lusitano: sexo e gases

Imagem 1 - esta menina também comeu pipocas-feijão.

Ontem há noite tive uma experiência deveras traumatizadora. Fui ao cinema com uma garina, comprámos umas pipocas, vimos o filme e depois levei-a ao meu descampado para lhe dar uns arrebitos nos entrefolhos.

Infelizmente parece-me que as pipocas daquele cinema eram feitas de feijões porque fiquei com uns gases de merda. Fui à casa de banho no intervalo do filme e os peidos pareciam uma mistura de 9ª sinfonia de Beethoven com esclerose múltipla e um ataque de armas biológicas. O problema é que, após o cinema, e enquanto lhe dava umas atravancadas ficava com uma vontade fenomenal de me cagar todo.

Comecei a dar-lhe umas com força e lentamente porque quando acelerava quase que perdia o controlo dos esfíncteres. “Não me posso cagar” – pensei – “que tipo de homem se caga enquanto faz o amor?”.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jogos de estratégia são bons para a personalidade

Existem pessoas que tem a mania de criticar aqueles que fazem jogos na net como anti sociais ou parvinhos sem interesses a sério na vida. Eu discordo totalmente. Mais que não seja porque eu sou um desses anti sociais, parvinhos sem interesses a sério na vida. Um dos jogos em que entrei chamava-se Travian.

No Travian existem 3 tribos (romanos, teutões e gauleses). Um jogador escolhe a tribo a que quer pertencer e é-lhe dado uma aldeia para ele desenvolver. Esse jogador tem de desenvolver a sua aldeia de modo a poder criar novas aldeias e ao mesmo tempo desenvolver um exército que lhe permita atacar outros jogadores ou defender-se deles. Cada aldeia, no início do jogo, corresponde a um parvinho sem interesses na vida.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Papa, a Virgem e o Comunista

Para nós, portugueses, é um pouco constrangedor falar da tentativa de assassinato do Papa João Paulo II em Fátima. Mais não seja porque Fátima faz parte do território nacional a que chamamos o nosso Portugalito. O Advogado do Diabo não se limita a barreiras geográficas (decerto reparou que eu falo do meu alter ego na 3ª pessoa? Chama-se a isto complexo de jogador de futebol. Estou a tentar imitar o Miguel Veloso!).

Corria o ano de 1981 quando um turco, Mehemed Ali Agca, disparou 3 tiros contra o Santo Padre. Curiosamente foi no mesmo dia de uma das aparições da Virgem aos 3 pastorinhos: 13 de Maio (curiosamente também foi no dia de baptizado da minha irmã. Será que existe alguma relação cósmica desconhecida? A única coisa que sei é que o baptizado foi estragado pela noticia do atentado!). Segundo o Papa a sua vida fora salva pela Virgem Maria, que bondosamente teria desviado o percurso das balas. Assim, em vez de morrer ficou com uma bala na mão, outra no ombro e outra no estômago. Curiosamente o candidato a assassino papal disse que não conseguia apontar bem para o Papa porque ele tinha uma criança ao colo. Ficamos sem saber se foi a criança ou a Virgem Maria que o salvou.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Partos Naturais Em Casa

Actualmente são cada vez mais as pessoas jovens a desejarem ter filhos em casa. O hospital é desumano e a nossa casa é bem mais acolhedora. Também existe uma cada vez maior publicidade a partos em casa. À primeira vista esta ideia é excelente. A mulher não precisaria de dividir quarto com estranhas, não precisaria de ficar num serviço de partos a ouvir os gritos de outras mulheres e teria uma sensação de conforto e privacidade excelentes em sua casa.

Eu também sou a favor de partos em casa mas só em condições especiais. Quando pensamos em partos caseiros não pensamos que os níveis de mortalidade infantil, em Portugal, diminuíram drasticamente após 1974 porque os partos deixaram de ser feitos em casa e começaram a ser feitos nos hospitais. O hospital pode ser um local pouco acolhedor mas é o local ideal para uma mulher ter filhos: qualquer problema relacionado com o parto pode ser rapidamente resolvido pelos médicos; qualquer problema relacionado com o recém-nascido pode receber atenção imediata dos especialistas. O que aconteceria se a mulher sofresse uma laceração vaginal (como acontece nos hospitais) e não tivesse cuidados imediatos? E se o bebé viesse ao mundo sem conseguir respirar e não se pudesse fazer nada para o salvar por falta de meios?

terça-feira, 7 de abril de 2009

Maternidade Alfredo da Costa e Aborto

Este pequeno texto fala sobre alguns problemas que a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) se tem defrontado desde que o aborto (aka Interrupção voluntária da gravidez) foi liberalizado. O leitor deve pensar que eu vou gozar com a ironia de termos uma maternidade a fazer abortos. É um contrasenso, eu sei, mas na democracia dos direitos estes contrasensos são comuns. Além do mais, não devemos ser caso único na galáxia.

Quando se referendou a liberalização do aborto, muitos médicos manifestaram-se contra porque o nosso sistema nacional de saúde não tinha as condições necessárias e existiam outras prioridades (obviamente que estes não eram os únicos argumentos). Após a vitória da liberalização do aborto, os hospitais criaram equipas próprias de forma a garantir o acesso a estes cuidados por parte das mulheres que o desejassem. Quando isso não foi possível o estado pagou a clínicas privadas de forma a que os cidadãos não se vissem privados desse direito.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

África, Preservativos e Papas

O Imperador do Mal decidiu desonrar o continente africano com a sua presença. Já não bastavam as guerras, a fome, a pobreza, a corrupção, as doenças, os africanos ainda tiveram de receber a visita do Papa. E sua santidade lá chegou inchado com tanta sabedoria retrógrada.

Desta vez atacou o uso de preservativo afirmando que além de não proteger da SIDA ainda agravava o problema. Vão-me desculpar a sinceridade, mas até das caveiras medievais se espera um mínimo de inteligência.

Mais grave o facto da afirmação ter sido feita num continente onde a pobreza e a ignorância científica abundam e onde a Igreja tem grande poder sobre as pessoas. Quantas almas mais receberá Vosso Senhor Jesus Cristo, por afirmação tão ignorante? O troglodita nazi parece mais preocupado em rezar pelas almas dos fiéis mortos do que em mantê-los vivos.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Multiculturalismo e choque de valores - parte II

A nossa capacidade de criar politicas que permitam a inclusão social de grupos minoritários pode ser a resposta a outro desafio. Este aspecto, muito apreciado no discurso politico, e mal conduzido na realidade prática, tornou-se extremamente importante nos dias de hoje. Os ataques terroristas em Espanha e na Inglaterra não foram conduzidos por afegãos mas sim por filhos de imigrantes que lucraram de todas as liberdades dadas pela sociedade Ocidental mas que nunca conseguiram inserir-se totalmente. A não participação activa social dessas minorias é um grave sintoma de exclusão social. Na Inglaterra culminou com atentados à bomba.

A França sofreu quando os pobres dos subúrbios se revoltaram naquilo que eu gosto de chamar “A revolta dos excluídos”. Esses pobres eram jovens e filhos de imigrantes (na grande maioria do norte de África) que nunca conseguiram encontrar o seu lugar na sociedade. Na França a não inclusão social culminou com uma revolta dos jovens.

Multiculturalismo e choque de valores - parte I

Um dos grandes desafios da sociedade moderna consiste em saber como manter uma sociedade coesa quando os seus constituintes não se vêm ligados por uma cultura comum. A língua, os valores humanos, a cor, a religião, os interesses académicos, etc… são importantes para a definição do “eu” e da forma como esse “eu” deve interagir socialmente.

O multiculturalismo tem a vantagem de obrigar a pessoa a identificar-se com mais identidades. O aumento do número de identidades com que a pessoa se identifica (culturais, desportivas, humanas, académicas, ideológicas) implica uma maior coesão da sociedade e participação dos seus diferentes membros. No entanto, acarreta, também um maior desafio e uma ameaça à sustentabilidade dessa mesma sociedade.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Fundamentalismo religioso: quem é fundamentalista?

Gosto bastante de pegar num livro ou ver na televisão qualquer programa que fale sobre as relações da ciência e da religião - especialmente a cristâ. E sinceramente ainda não consegui compreender como é que se faz a distinção entre católicos fundamentalistas e não fundamentalistas.

Se uma pessoa é cristã e acredita que o mundo foi criado há 4000 anos (mais coisa menos coisa) considera-se que é fundamentalista. Chamam-se a estes cristãos, criacionistas. Toda a gente sabe que o nosso belo planeta existe faz alguns milhões de anos. A geologia apresenta provas esmagadoras da idade deste 3º calhau a contar do Sol. Portanto qualquer cristão que acredite nisso é fundamentalista. Não sabe ler o génesis, nem coisa que se pareça.