quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Viagens de férias nas autoestradas portuguesas

Estas férias grandes, tive o privilégio de conduzir o carro durante pelo menos 400 Km. Felizmente a divina Segóvia Brucelose confiou nos dotes automobilísticos do Advogado do Diabo.

Esta viagem acabou por iluminar a brilhante mente do Advogado para os problemas do país. Qualquer pessoa que faça grandes viagens por Portugal facilmente começa a compreender a profundidade dos problemas existenciais que nos afundam a economia e os sonhos.

Em primeiro lugar vem o sempre nefasto número de mortos nas auto-estradas que, como qualquer semana sem ganhar o euromilhões, afecta profundamente a moral nacional, tão necessária ao crescimento económico. É fácil perceber como existem tantos mortos nas estradas portuguesas. Imaginem os leitores, que o Advogado ia a 130 km/h quando vê um sinal a dizer 100 km/h. Como é possível evitar acidentes quando os sinais nunca acertam na velocidade dos carros? E quando mais acelerava mais dificuldade tinham os sinais em acertar na velocidade, ao ponto de ir a 160 km/h e os sinais apontarem para 80 km/h. Assim realmente não dá.

Nem, em nenhum momento encontrei um sinal a dizer: o ponteiro ultrapassou a velocidade máxima do velocímetro do carro. Incompreensível. Depois surgiam uns sinais redondos e azuis a dizer 80 e outros brancos com uma linha vermelha à volta a dizer 120 mas eu ia a 180 km/h. E nenhum dos sinais era parecido com o meu velocímetro. Ele não tem nenhuma linha vermelha nem é azul. E nenhum sinal tinha as velocidades com luzinhas como acontece no meu velocímetro. É natural que nestas condições morram pessoas nas estradas portuguesas. É inadmissível que se discriminem carros pelas cores e formas dos velocímetros.

Outra coisa que me deixou bastante triste é o facto de termos auto-estradas que não são amigas do ambiente. Sistematicamente apareciam túneis a informar que era obrigatório acender as luzes dos carros, ou auto-estradas abertas onde se pedia o mesmo. Mas será que quem manda construir estas auto-estradas nunca ouviu falar numa coisa chamada aquecimento global? Será que pensam que os portugueses são ricos a pontos de poderem gastar electricidade sem mais nem menos?

Quem fez as nossas auto-estradas só pode ser profundamente insensível tanto às considerações ambientais dos utentes como à sua pobreza. Os condutores portugueses não são ricos, não se podem dar ao luxo de gastar electricidade à toa. Obviamente, que em claro sinal de protesto contra luxos de ricos anti-ambientalistas, recusei ligar os médios durante toda a viagem. Não tolero ideais de ricos snobs sem consideração pelo seu conterrâneo pobre.

Como não seria de surpreender quem fez as auto-estradas portuguesas não são suficientes para suportar o grande crescimento económico do país. Elas encontram-se atoladas em movimento. O Advogado contou os kilómetros e lamentavelmente foi impossível fazer 100 km sem encontrar um carro. No km 99 lá apareceu um caqrro. Como é que isto é possível? Longe de qualquer grande cidade e não se consegue fazer 100 km sem se ver um carro? Será que os bostas da Brisa não sabem que as probabilidade de acidente aumentam quando há vários automobilistas a 180 km/h?

Em 2 horas de viagem vi 7 carros. Como é que se pode evoluir quando as nossas autoestradas estão tão cheias assim? O atraso que esses carros provocaram teve, obviamente, consequências na produtividade económica dos automobilistas. O Advogado, por exemplo, só conseguiu acabar esta sátira meio ano depois.

A falta de auto-estradas aliadas à contenção de custos dos ricos miserabilistas que procuram enriquecer à conta da segurança pública levanta uma série de problemas para os automobilistas pobres e responsáveis. O leitor faz ideia da dificuldade que é ultrapassar um carro que vai a 160 km quando o outro condutor vai a 180 km/h e só há 3 faixas? Porque decidiram poupar dinheiro na construção de faixas extra? Podiam existir mais faixas, mas como os big bosses da Brisa e do Governo querem passear em carros bonitos só se fazem auto-estradas com 3 faixas. E até já imagino que os sinais azuis e com faixas vermelhas são idênticas aos velocímetros desses carros.

Nós precisamos de mais auto-estradas e de mais faixas por auto-estrada, para evitar os engarrafamentos. Eu nem tive possibilidade de deixar o carro andar a mais de 200 Km hora e assim bater a sua velocidade máxima de 180 Km.

E mais grave foi quando me aproximei de Lisboa em que cheguei a ver 12 carros num espaço de 10 minutos. Com tantos carros numa auto-estrada de 3 faixas a 160 Km hora é impossível não haver acidentes. Mais um pouco parecia um engarrafamento no centro da capital. Até nos faz desejar que se construa um metro até ao norte do país para fugirmos ao engarrafamento.

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