segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Os melhores namorados

Uma vez que a minha cara metade decidiu escrever uma sátira intitulada “as melhores namoradas” eu achei por bem tentar responder na mesma moeda. E comecei a pensar em quais os melhores namorados.

Encontrei 2 condições médicas excelentes na escolha de um parceiro. A primeira delas é a cegueira. Namorar com um cego deve ser um must. Podemos sentir-nos realmente úteis e ele fica devidamente agradecido por toda a ajuda. Deve ser uma experiência bastante enriquecedora saber que o homem que nos ama e tanto depende de nós fica realmente agradecido por todos os esforços que fazemos pelo seu bem estar.

É evidente que se ele ficar muito convencido ou achar que os nossos esforços já não são suficientes e não merecem a sua gratidão, se achar que nos pode tratar como as suas empregadas domésticas cuja função é servir os seus caprichos, satisfazer as suas necessidades mais secundárias sem tomar em atenção a nossa dedicação podemos sempre despachá-lo com um cordial: “ó meu amigo, vai-te esconder!”

O cego tem outra grande vantagem. Ao contrário dos outros namorados este não vai andar atrás de nós com ameaças por o termos abandonado à procura de melhor companheiro. E mesmo que dê numa de “ex-namorado com fúria incontrolada” facilmente se acalmará depois de termos besuntado os seus dito cujos com o pedigree do seu cão de guarda.

Além dos cegos eu aconselharia às mulheres portuguesas os homens bimanetas. Mais uma vez a sua deficiência física torna-os mais dependentes e cordiais com os nossos esforços. E qualquer mulher sabe o quão importante é sentir-se amada pelos sacrifícios que faz em beneficio do seu parceiro.

Mas os bimanetas têm outra grande vantagem. Permitem uma maior proximidade física sem ter como único objectivo colocar as mãos nas nossas mamas. E a tristeza que ele realmente sente pelo facto de saber que não nos pode agarrar junto ao seu corpo é compensada pelo seu desejo de compensar-nos de outras formas. Nunca compreendi realmente os homens: ficam tristes quando não tem possibilidade de nos dar prazer, e quando tem essa possibilidade nem se dão ao trabalho.

E quando decidirem levantar a voz, numa discussão, e acharem que nós somos escravas dos seus caprichos podemos sempre acalmá-los com uma pequena afronta: “o que é que vais fazer? Vais bater?”. Desde, é claro, que ele não seja cinturão negro em Tae Kwon Do.

É evidente que, na ausência de afecto, na falta de respeito pelo nosso amor e na presença contínua de discussões evitáveis ou pelo egocentrismo que a sua doença possa provocar podemos sempre torná-lo uma má lembrança do passado com um inteligente: “ó meu amigo, vai coçar os tomates!”

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