Recentemente falava com um católico muito douto que me ensinou algo de extremamente importante para compreender o fenómeno do fundamentalismo. Fundamentalismo cristão é levar à letra muitas das histórias que lá vêm contadas. É encarar essas histórias como se fossem reais. Por outras palavras, fundamentalismo é considerar textos que se referem à palavra viva de Deus, como se fossem reais.
Pensei seriamente neste argumento durante imenso tempo até que sofri de uma epifania ciebernética que me conduziu directamente à iluminação divina. Não se preocupe, não tem nada a ver com o facto de considerar as histórias da carochinha ou de abrãao como espiritualmente relevantes.
A minha grande iluminação foi iluminada e simples. A Igreja Católica é fundamentalista. Na realidade são imensos os padres que levam à letra o que vem escrito na Bíblia. E o Papa, Rat(o)zinger também. E é por levarem tão à letra o seu livro sagrado, palavra viva de Deus, que surgem de tempos a tempos problemas com a sociedade civil. Infelizmente a nossa sociedade laica já não consegue perceber a intensidade da revelação divina.
Mas o Vaticano sabe perfeitamente que algumas partes da Bíblia são para levar à letra. O problema, na minha douta e esclarecida opinião (pelo menos desde a peidofania de ontem à noite) é que há padres, hoje em dia, que já não compreendem a palavra viva de Deus.
Agradeço a esses heróis desconhecidos e ao seu grande protector, o divinal Rat(o)zinger, por manterem viva a tradição de levar à letra muito do que vem escrito na Bíblia. Para os outros padres que já não sabem levar à letra partes da Bíblia como “o céu pertence às crianças” tenho a dizer que sinto pena pela sua alma imortal.
O Vaticano é fundamentalista. Quod Erat Demonstrandum!
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