sábado, 18 de outubro de 2008

3 meses de casamento

Todos os casamentos se podem dividir num período de 3 meses. Mesmo que durem anos a fio, com muita porrada e muitas traições pelo meio, quando os queremos analisar podemos faze-lo sob a perspectiva dos 3 meses.

O primeiro mês de casamento é o que de mais parecido existe com o paraíso. O homem chega a casa cansado e só pensa em abraçar a sua amada. Esta, por seu lado, também só pensa em como está feliz por acabar o dia com a sua cara metade. Mesmo cansada, a mulher chega a casa e começa a preparar a jantar. E quando o homem decide colocar a mesa ou ajudar na janta o que é que ouve?

“Amor deixa que eu faço isso. Vai para a sala descansar”. “vai ver o telejornal e estica as pernas no sofá”.

Um tipo, como bem mandado que é, faz isso mesmo. E enquanto está de pernil esticado no sofá a ver um programa qualquer o que é que acontece? A mulher vai ter com ele e diz algo do género:

“amorzinho, queres uns fritos? Queres beber uma cerveja enquanto acabo o jantar?”

Com um pouco de sorte ainda nos faz um broche.

O homem pensa que aquilo só pode ser o paraíso. Se for Inverno ela ainda diz:

“deixa cobrir-te com esta mantinha para ficares quentinho”.

Entretanto ela faz o jantar, prepara a mesa e jantam os 2 pombinhos muito felizes. O homem é capaz de dizer algo:

“este bife está mesmo bom”. “sou o homem mais feliz do mundo, tenho uma namorada linda e um prato com as melhores delícias preparadas por ela”.

Depois do jantar ficam um pouco no sofá, enroscadinhos, até o fogo da paixão começar a aquecer e vão para o quarto dar asas à sua imaginação. No dia seguinte ela acorda feliz da vida, levanta-se e vai preparar-se para mais um dia de trabalho.

Passa pela sala, arruma a manta que o marido tinha deixado desarrumada e a seguir fecha-se na casa de banho. O marido acorda, coça os tomates e dirige-se à casa de banho. Entra, manda um peido descomunal e dá uma mija. A mulher não gosta muito destas coisas mas a vida corre tão bem que não quer discussões por ninharias. O homem pretende tomar banho mas como a mulher ainda se está a arranjar ele decide esperar enquanto fantasia a ver a mulher a banhar-se.

No segundo mês de casamento após um dia de trabalho extenuante chegam ambos a casa. A mulher vai para a cozinha preparar mais uma janta e o homem senta-se na sala a ver o resumo dos jogos da Champions do dia anterior.

Entretanto o homem diz:

“há cervejas Mónica?”.

Ao que a mulher responde:

“não sei, Nuno, vê no frigorífico”.

Já vão longe os tempos dos broches carinhosos acompanhados de uma bela cervejinha.

A mulher continua a preparar as coisas e o homem, sentado no sofá, vê as notícias, coça os tomates e, de tempos a tempos lá manda um peido. A mulher pede para ele pôr a mesa. Mas ele não pode pois está a acabar de ver as notícias. Ela começa a sentir-se cansada porque ele nunca ajuda.

Acabam por se sentar à mesa a comer. O homem diz que as batatas estão um pouco salgadas. Ela admite e diz que se exagerou um pouco no sal. Ela sente saudades dos tempos em que ele elogiava a sua comida mas não diz nada.

Depois do jantar sentam-se lado a lado no sofá. Estão a ver um programa no canal História. Ela não se contêm e começa a fazer comentários sobre o que estão a ver. Ele quer que ela se cale porque não consegue ouvir mas faz um esforço, olha para ela, com ar um pouco cansado, e começa a ouvi-la. Passado um pouco diz:

“ó amorzinho, mas agora vamos ouvir o resto do programa”.

Termina o programa e vão para a cama. Já deitados, ela pensa que bom é poder estar deitada e preparada para mais uma noite de sono quando ouve um estrondoso peido.

“porra”, diz ela, “sabes que eu não gosto disso. Agora fica a cheirar mal e já não posso dormir com a cabeça debaixo dos lençóis.”

Passado pouco tempo ele começa a passar-lhe a mão pelo corpo e a pensar numa série de coisas boas que se vão passar nos próximos minutos.

“estou com dor de cabeça, Nuno” – é o que houve da sua mulher.

“foda-se”, pensa, “ontem estava cansada, hoje dói-lhe a cabeça. Se calhar devia-se ter casado com um médico.”

De manhã acordam. A mulher foi tomar banho. O homem entra na casa de banho a coçar os tomates e manda mais um peido.

“Ó Nuno já te disse que não gosto que faças isso. Estás sempre a dar bufas. E qual a necessidade que tens de andar a coçar-te a todos os momentos”.

O homem não gosta de ser chamado à atenção. Afinal de contas os tomates são dele. E está farto de esperar pelo fim do banho dela.

“Mónica, despacha-te se não chego atrasado ao trabalho”.

No terceiro mês as coisas complicam-se mais. A mulher chega a casa e começa a protestar:

“Outra vez a manta desarrumada. Parece que te custa muito pô-la no sítio. Eu tive um dia de trabalho extenuante, não posso fazer tudo sozinha”.

“E eu não trabalho? Parece que andei a brincar!”

Preferem deixar a conversa por aqui para não azedar mais. Ele vai para a sala e ela para a cozinha. Ela pensa que ele não tem respeito pelo trabalho dela e ele pensa que ela está sempre pronta a arranjar brigas por ninharias sem sentido. Não conseguem falar sobre o que realmente sentem. Mas discutem.

“há cerveja?” – ouve-se em voz alta vinda da sala.

“foste comprá-la como te disse?” – responde a mulher.

Ele já se começa a sentir um bocado incomodado. Prefere sair 5 minutos para comprar cerveja e arejar. Passa pelo vídeo clube e dá uma olhadela às mamas da nova empregada que é boa como o milho. Pouco depois chega a casa.

“Mas hoje janta-se ou toma-se o pequeno-almoço? Estou farto de esperar.”

“Olha lá, mas eu sou tua empregada? O jantar vai ficar pronto quando eu o acabar. Enquanto esperas podes começar por pôr a mesa, sempre me ias facilitando a vida.”

O jantar fica pronto. Servem-se e ele vai para a sala jantar enquanto vê o telejornal. Ela continua a comer na mesa. O homem protesta:

“Esta carne parece que vem dos cornos da vaca.”

“Se não gostas vai tu comprá-la a sítio melhor” – responde a mulher da cozinha.

Depois do jantar, a mulher, dirige-se para a sala e senta-se no sofá de pernas viradas para o marido. Pega na última revista cor-de-rosa que comprou e começa a ler as fofoquices dos casamentos de sonho dos famosos. Entretanto algo num novo programa que o marido está a ver lhe chama a tenção. Começa a fazer comentários sobre o que está a dar.

“Porra, assim não consigo ouvir nada. Posso tomar atenção ao programa?” – responde ele com voz chateada.

Ela cala-se e fica a ouvir o programa. No fundo pensa que o marido já não lhe presta atenção e que não pode comunicar com ele. O homem fica mais relaxado quando ela se cala mas fica sempre com aquele sentimento de que ela só está ali para lhe atazanar a vida. Ora não deixa ouvir programas interessantes ora está a arranjar discussões por tuta e meia.

Ela vai para a cama. O homem ainda fica a ver mais um pouco de televisão. Passado um pouco ele também vai dormir. Deita-se de costas para a esposa, manda um peido, coça os tomates e começa a dormir. Ela já não lhe diz nada dos peidos. Mas ele naquele dia está mesmo cheio de gases. Os peidos parecem uma sinfonia. Ela farta-se, levanta-se e vai dormir para o sofá.

No dia seguinte o homem acorda. A mulher já está a tomar banho. Ele entra na casa de banho. A saraivada de peidos ainda não acabou. Ela já não liga. Sente-se triste pois ainda se lembra dos tempos em que ele se sentava a ve-la tomar banho. Actualmente já não sente que o corpo dela o atrai-a. O homem farto de andar atrás da mulher a receber nãos e desculpas com dor de cabeça começa a dirigir a sua atenção para o cresimento da barrigo e o lento desaparecimento do seu amigo especial. Qualquer dia nem os pés consegue ver.

“Mas quando é que o banho acaba. Porra é sempre a mesma merda. Nunca mais te despachas”.

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