sábado, 26 de julho de 2008

O Livro Santo Não Fictício Mais Vendido na História - parte I

Se é um leitor atento da minha página já deve ter reparado que eu não nutro particular devoção pela religião. Podem considerar-me como um dos descendentes de Adão que sempre que pode, come da árvore do conhecimento (adoro maçãs). Se é mulher não se preocupe em ler este texto porque a árvore do conhecimento ensina-nos que a história do pecado original, pelo qual tantas mulheres foram e continuam a ser marginalizadas, não é mais do que retórica fundamentalista e não fundamentada de uma classe clerical retrógrada.

Venho neste pequeno texto falar sobre 2 ou 3 frases consideradas verdades incontestáveis por muitos crédulos. As duas primeiras consistem em considerar a Bíblia como um livro santo ou a palavra viva de Deus. Ora vejamos: neste livro santo incentiva-se os pais a matarem à pedrada os filhos insubordinados, condena-se à morte os homossexuais e todos aqueles que trabalhem no Sábado. Justifica-se genocídios, infanticídios, violações e todo o tipo de porcarias abjectas que não nos passa pela alma humanista que decerto a grande maioria deve possuir. Se se encontram escandalizados com o que escrevi acima permitam-me dar uns exemplos da teologia mais pura deste livro santo, com um resumo muito abreviado do Antigo testamento.

A arca de Noé pode ser um bom começo. Esta história fantasista, que devia ser proibida para crianças e para todos aqueles com mentes mais fracas, começa quando Deus se chateia com a humanidade pelos seus pecados. O que decide o bom Deus fazer? Avisa Noé que vem um dilúvio e que ele deve construir uma arca para se salvar a ele e toda a sua família assim como a uma vasta família de animais – ainda não se sabe se Deus mandou Noé fazer incubadoras para salvar a varíola, a peste negra, a gripe, sífilis, etc…-. E que faz a seguir? Mata todos os seres humanos e todos os animais que existiam à face da terra. E pensava eu que Hitler era mau.

Se falamos de Noé, temos de falar desse grande ícone da esquizofrenia imaginária que foi Abrãao. Sim, estou a falar do mesmo tipo que permitia que a mulher fosse para a cama com os reis de outras nações como Abimeléc, rei de Guerar, ou o faraó egípcio para Deus se zangar e começar a dar cabo da casa toda. Deus caía sempre na esparrela e quem se lixava eram os reis que não sabiam que ela era casada com esse senhor.

Abrãao é mais conhecido por pegar no filho, levá-lo para o monte, colocá-lo num altar destinado a sacrifícios humanos e apontar-lhe um cutelo para o matar. E só não o matou porque Deus – aquele amigo imaginário que lhe falava- impediu-o de o fazer. Á luz dos nossos valores de pedagogia infantil o que acham deste pai? Será realmente esta história uma boa alegoria teológica?

A destruição de Sodoma e Gomorra é outro exemplo de uma história demente e sem qualidade literária nenhuma. Senão vejamos. Deus manda 2 anjos à cidade visitar Lot, um sobrinho de Abrãao, para o avisarem a sair da cidade. Num ataque de libido colectiva os cidadãos chegam-se a casa de Lot pedindo para “conhecer” os seus convidados. Neste caso “conhecer” significa “ir ao rabinho”. Ao que Lot pede para não fazerem mal aos seus convidados. Em vez disso Lot oferece as suas 2 filhas virgens para a população se divertir com elas. Que pai estremoso, este Lot me saiu. Felizmente que os anjos do senhor bom Deus cegaram toda a gente e lá se salvaram os belos rabinhos das 2 jovens. Enquanto fugiam da cidade a mulher de Lot fica transformada num monte de sal porque violou a lei do Senhor omnipotente de não olhar para trás, enquanto ele aniquilava uma cidade por completo. E só de pensar que Dresden fora violento.

Entretanto, esta pobre família que fora salva por serem puros, ao contrário dos outros violadores anais, ficou durante um tempo, a viver nos montes. E foi nesses montes, que aquelas meninas virgens e puras embebedaram o pai e tiveram dele um filho cada. Os bons valores familiares do Antigo Testamento são surpreendentes.

Passadas algumas páginas à frente desta grandiosa obra de literatura universal encontramos a história de Jefté. Esta bela história pode resumir-se da seguinte forma: Jefté vai entrar em guerra com os amonitas. Promete a Deus oferecer em holocausto quem sair das portas de sua casa para lhe dar os parabéns pela sua vitória. A filha é a primeira a sair de casa para lhe dar os parabéns pela vitória. O nosso herói mandou a filha para o forno e queimou-a. Na Bíblia esta história está mais bem trabalhada do que aqui onde só apresento um pequeno resumo. Se a quiser ler pelo seu conteúdo obviamente educativo pode encontrá-la no livro dos Juízes.

3 comentários:

  1. Não sei como não apareceu aqui nenhum crente a dizer:
    "OH! E Tal...! Temos que levar em conta o contexto cultural e tal, e que os tempos eram outros e a coisa não é bem assim...
    Valores são valores e estes não são in flácionáveis como o dólar ou o escudo.
    Se houvesse pensadores naquele tempo com certeza deus ficaria era "caladinho".

    ResponderEliminar
  2. Pensadores existiam mas eram mortos... perdão, calados... pela sabedoria de Deus. lolololol
    Eram alturas em que a espada era mais forte que a caneta. rsrsrsrs

    ResponderEliminar
  3. Sobre a aventura de Abraão o Carlos Cardoso deixou este comentário no fórum ateu:

    “Um dos episódios da bíblia que sempre me chocou foi aquele onde deus ordenou a Abraão que lhe sacrificasse o seu filho único Isaac. No dia seguinte lá vai o estúpido do Abraão até ao local do sacrifício e deus espera que ele agarre no filho, o ate, o ponha em cima do altar e levante a faca para o matar. So então interveio. Como, segundo a bíblia, deus é omnisciente, ele sabia perfeitamente que o Abraão lhe ia obedecer e só por puro sadismo poderia ter imaginado tal brincadeira. Não se percebe como é que depois disto o Isaac não fugiu de casa e não nos contam como é que ele passou a ver o pai.”
    Carlos Cardoso 20 de Maio 2010; 5:22 pm
    http://www.portalateu.com/2010/03/30/o-fim-de-um-mito/#comment-15437

    ResponderEliminar