Astrologia e jornais

Estou no meio de um dilema. Não se preocupe o leitor porque não é um dilema existencial. É uma interrogação que vandalizou a minha mente nestes últimos dias e diz respeito aos praticantes de astrologia e de tarot que todas as semanas me fazem rir com as suas sempre acertadas previsões jornalísticas. Sim, falo da Maya, Aldrabões e Co.

De acordo com os defensores destas “ciências” ocultas (astrologia, tarot, e mais algumas), mais correctamente designadas de “tretas ignorantes”, as previsões que aparecem nos jornais não são correctas. Ou seja, não são certas, são uma granda tanga, para usar um português mais cordial. Isto é afirmado quando começo com as minhas críticas a essas mesmas previsões. De acordo com os astrólogos, o que a Astrologia diz nos jornais não é correcto. No fundo é aquese serviço público. Oferecer consultas tarot gratis ou de astrologia grátis é uma boa forma de distrair as pessoas.



No entanto isto deixa uma questão a resolver. Se as previsões são falsas e não devem ser levadas a sério o que dizer das pessoas que as escrevem? Enquanto um praticante de astrologia ou tarot não escrever para um qualquer jornal, não tem credibilidade. Na realidade os jornais e revistas avisam sempre os leitores do profissionalismo do aldrabão que escreve aquelas porcarias de astrologia ou tarot. Parece que para ser alguém o astrólogo tem de escrever mentiras para uma revista. Mas se escreve mentiras é aldrabão e como tal não tem credibilidade. Afinal em que é que ficamos?

Outro aspecto importante desta questão é saber realmente se existe algo chamado ética nesses meios. Não conheço mais nenhum meio, com provável excepção da politica, onde escrever mentiras passe despercebido ao crivo da ética e deontologia profissional. Seria deveras interessante saber quais os princípios éticos e deontológicos que regem estas profissões. Talvez algum princípio deontológico estranho a todos os outros ramos onde só as pessoas verdadeiramente credíveis possam escrever coisas falsas e sem valor.