terça-feira, 1 de abril de 2008

PCP e a iluminação politica

Bem, venho em poucas palavras dizer o que penso desse conjunto de iluminados maoistas que se denominam de PCP. Antes de mais devo dizer que fico muito contente quando vejo que numas quaisquer eleições este partido teve 5% ou 10% ou o que seja dos votos. Isto lembra-me sempre que o dinheiro gasto em educação é insuficiente.

Estes senhores que tanto gostam de democracia (já viram algum país comunista defensor da democracia?) pelo menos enquanto não tem acesso ao poder, sistematicamente escondem informação histórica importante relativamente à vida dos seu grande líder histórico. Como se justificam? Bem, segundo se diz (não sem razão total) outros grupos fazem o mesmo. Infelizmente esquecem-se de que os erros dos outros não justificam os nossos.

Digo que gostam de democracia porque temos perante nós a reminiscência de um dos maiores grupos maoistas fora da China e afirmo-o com toda a certeza, especialmente, após um dos moderados do partido vir para a comunicação social dizer que tinha dúvidas se a Coreia do Norte seria ou não uma democracia. É claro que é! Como é possível ter dúvidas?!

Relativamente aos problemas que afectam Portugal estes senhores são uma dádiva de respostas honestas e intelectualmente estimulantes.

Relembro o caso em que se falava do problema da imigração e do aumento do desemprego. E com o aumento do desemprego e com o aumento da imigração o que é que estes senhores advogavam? Deixem-se entrar todos os imigrantes. Como poderíamos depois diminuir a taxas de desemprego? Como poderíamos evitar a proliferação de bairros degradados dentro e fora da cidade? Como poderíamos depois controlar o aumento da criminalidade? Como poderíamos depois tentar garantir um mínimo de cuidados de saúde para todos?

Isto são só alguns dos problemas que passam completamente despercebidos a esse conjunto de iluminados que teima em não sair do parlamento português e dar espaço a pessoas que saibam o que fazem. Enfim cada povo tem os representantes parlamentares que merece.

Um grupo que ganha vantagens com este tipo de politica são os grandes patrões que dispõem de mais mão de obra barata e assim podem aumentar os seus lucros à conta da exploração dessa mão de obra. Quem diria que os comunistas portugueses se dão tão bem com os capitalistas devoradores da moral colectiva? Ainda relembro com algum carinho a intervenção do PCP, no programa dos pós e contras, a discutir a actual crise financeira e a corrupção bancária.

Começando com tom de voz altivo, o deputado Bernardino Soares (o mesmo troglodita moderado que fez a afirmação inteligente acerca da Coreia do Norte) começa a criticar a acção do governo por ter ido em socorro de alguns bancos. A oposição lá lhe explicou, com calma e compreensão, que se o estado não fizesse isso a crise iria agravar devido à perda de confiança e ao medo dos investidores. E assim termina a grande intervenção politica comunista na discussão das crises financeiras.

Curiosamente, um governante que não ajudou determinadas companhias em necessidade, agravando a crise que se estava a instalar foi o grande Timoneiro americano: George W. "Besta" Bush. Quem diria.

O que acho mais interessante é que muitas vezes as pessoas (comunistas ou não) parecem não se aperceber que políticas de imigração desleixadas desencadeiam um aumento de criminalidade, um aumento de medo e insegurança e, desde logo, um aumento de votos em partidos opostos como os extremistas do PNR. Más politicas económicas também aumentam a pobreza e historicamente os partidos de extrema direita sempre foram mais eficazes a criar riqueza do que os países liderados pela extrema esquerda.

É irónico ver como as políticas comunistas podem dar poder ao seu oposto (parto do principio que caso os comunistas estivessem no poder não eliminariam todos os outros grupos políticos que é, historicamente, um principio errado). No fundo é o ciclo Yin/Yang aplicado à política contemporânea. Os maoistas portugueses aprenderam bem a lição zen e aplicam, sem erros milimétricos, as teorias base do pensamento chinês. Sem dúvida que estão muito perto da iluminação.

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