quarta-feira, 11 de junho de 2008

Prostituição e discriminação social - parte II

O que leva as mulheres a prostituírem-se? Vários factores são decisivos para respondermos a esta questão: factores biológicos, morais e sociais encontram-se entre eles.

Em primeiro lugar, temos os factores biológicos. Como referi, a prostituição é uma forma de manifestação da sexualidade feminina. Isto é difícil de encarar uma vez que damos uma conotação tão pejurativa à prostituição. Na realidade, a troca de sexo por algo sempre foi de extrema importância nas sociedades humanas. O sexo é uma forma extremamente importante para aumentar a coesão grupal e estabelecer laços fortes entre as pessoas.

Por outro lado as mulheres sempre se encontraram sujeitas a uma pressão evolutiva muito grande. A gravidez representa um investimento energético enorme. Muitas vezes coloca em risco de vida a própria mulher. Não contam só os 9 meses de gravidez mas também o período de amamentação e de educação da criança.

Um homem com 20 mulheres consegue ter pelo menos 20 filhos num ano. Uma mulher com 200 homens vai ter provavelmente um único filho. Isto condicionou a mulher a seleccionar os parceiros pela sua capacidade de subsistência e de protecção da prole. Daí as mulheres preferirem homens com posses que lhes ofereçam maior segurança financeira e garantam uma maior probabilidade de futuro aos filhos. Por isso é que os campeões de futebol tem mais acesso às mulheres do que os campeões de ping-pong. Muito poucas pessoas conhecem o campeão mundial de Muay Thai e duvido que as mulheres o prefiram a ele do que a jogadores de futebol como o Ronaldo (brasileiro), o Ronaldinho ou o Thierry Henry. No entanto, na Tailândia, o Muay Thay é um desporto nacional. Os grandes campeões são conhecidos publicamente e desejados.

Os factores morais vão depender muito de sociedade para sociedade. Neste caso a educação que a pessoa recebeu e a influência que sofreu por parte dos amigos e amigas ou de outras pessoas que a rodeavam acaba por poder ter um papel decisivo.

Os factores morais podem incluir-se, também, nos factores sociais. No entanto, os factores sociais apresentam outras variantes como seja a pobreza ou a criminalidade.

A pobreza é caracterizada por um aumento da prostituição. As mulheres, desde muito novas, infelizmente, aprendem que o sexo lhes pode dar vantagens materiais que de outra forma nunca conseguiriam. Muitas vezes, mesmo com educação contra, as mulheres prostituem-se no sentido de conseguirem obter benefícios para elas e para outros. Existem mulheres que se prostituem para não passar fome (como era comum na sua infância), outras prostituem-se para garantir que os filhos tenham algo para comer ou possam ir à escola.

Associada à pobreza encontra-se a criminalidade. Quanto mais pobre é um país mais fácil é para determinados indivíduos estabelecerem negócios à margem da lei ou da moralidade humana. No entanto, nestes casos, não falamos tanto de prostituição mas mais de escravidão sexual. É mais fácil torturar mulheres e obrigá-las a prostituírem-se. Existe, assim, prostituição por obrigação externa e não por necessidade de satisfação das necessidades básicas.

Outros factores pessoais como a ganância podem intervir. Na realidade não é raro uma prostituta trabalhar mais do aquilo que precisa para sobreviver. Por exemplo: muitas mulheres brasileiras vêm trabalhar para a Europa durante breves períodos de tempo. Muito do dinheiro que fazem serve para sustentar a família e criar uma pequena conta onde possam guardar e investir o dinheiro. Não é raro encontrar prostitutas que podem viver dos rendimentos oferecidos pelo dinheiro que mantêm na conta e que decidem continuar a trabalhar.

Os casos mais explícitos são característicos de mulheres com formação superior que se prostituem para poder usufruir de uma qualidade de vida superior. Médicas, advogadas, filhas de pais com muitas posses, podem no seu devido tempo prostituir-se de forma a conseguirem obter mais bens materiais do que aqueles que realmente precisam.

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