Moisés e Lúcifer: a verdadeira história nunca contada

Como sabem, eu sou o representante legal do Belzebu, também conhecido como Diabo ou Lúcifer. Nasci a 6/6/6, com o propósito de ajudar o anjo das trevas a proteger-se da intempérie de difamações, de que foi alvo, durante longos períodos de tempo.

Podem perguntar o que tem isto a ver com Moisés? Bem, tem muito a ver. Antes que tudo devo dizer que o meu cliente não é nenhum opositor directo de Deus. Na realidade, ele trabalhava para o Rei dos Céus, como se pode ver pela história de paraíso escrito no génesis. A serpente, o meu cliente, entra no paraíso ao serviço de Deus, para testar a devoção de Adão e Eva. Que os cabrões se tenham tornado infiéis não é da responsabilidade do meu cliente!

No entanto, a relação entre o meu cliente e o seu patrão não terminou nas melhores condições. Uma das razões esteve assente na contratação de um novo efectivo chamado Moisés.



Este leproso, foi responsável por uma série de genocídios grotescos com o aval dos crentes que o santificaram. Regra geral, esse tipo de acção era da esfera das altas instâncias celestiais, nomeadamente, do patrão máximo, que podia matar sem descrição. Ainda por cima, foi Moisés quem escreveu os 10 mandamentos e depois disse que lhe tinham sido entregues por Deus. Esta falcatrua foi permitida, por Deus, e manteve os fieis na mais pura ignorância do que realmente se passava. O meu cliente não concorda com publicidade enganosa nem com jogos de bastidores. Ele defende a credibilidade pelo trabalho árduo.

Felizmente que recentemente um cientista veio a público denunciar esta conspiração grotesca. Segundo este cientista, Moisés devia estar sobre o efeito de alucinogéneos (no Inferno toda a gente sabe que o gajo anda sempre com a moca) quando escreveu os 10 mandamentos. Isto porque, como vem descrito na Bíblia, eram usadas nas cerimónias religiosas, substâncias alucinogénicas provenientes da árvore da Acácia.

A indignação do meu cliente, na altura, foi total. Um novo efectivo de Deus é um drogado, inventa coisas, comete crimes que nem passam pela cabeça do meu cliente que era o responsável por essa área e depois o meu cliente é vendido como o mau da fita? Nem pensar. E quando Belzebu apresentou queixa nas altas instâncias celestiais por desrespeito profissional, foi gozado pelo São Gabriel e todos os outros mariconços.

Aconselhado por advogados de alta craveira ele apresentou a demissão. Como retaliação, foi vitima de ataques traiçoeiros de um guangue comandado por São Gabriel (a primeira versão histórica do esquadrão gay!). E sofreu séculos de difamação por parte da Igreja, que enquanto o condenava como a encarnação de todo o mal, cometia todo o tipo de atrocidades e santificava esquizofrénicos, psicopatas e assassinos.

Lembram-se daquelas histórias de orgias e canibalismo de bebés na Idade Média? O meu cliente foi acusado disso tudo. Mas segundo consta, pela verdade histórica, as melhores orgias eram feitas no Vaticano. E de acordo com a história e com a justiça actual eles não comem bebés mas comem crianças.

Felizmente que com o surgimento das sociedades laicas, a Igreja perdeu muito do poder que tinha. Em nome do meu cliente, gostaria de agradecer à ciência por todo o serviço prestado contra os pupilos da mentira e, em particular, ao cientista que teve a coragem de vir falar a público das dependências de Moisés. Já não era sem tempo. Finalmente o meu cliente pode andar na rua de cabeça erguida e nome limpo.

Relativamente a Moisés, esse leproso sem ética nenhuma, Lúcifer, só tem uma coisa a dizer: “Ó lepras, espero que já te tenha caído a piroca”.