domingo, 15 de junho de 2008

Prostituição e Discriminação Social - parte V

Para finalizar gostaria de falar sobre as possíveis vantagens da prostituição, se é que as há. Quando se fala de prostituição refere-se a troca de favores sexuais por algo não sentimental como dinheiro ou promoções. No entanto, muitos são os homens que recorrem à prostituição por necessidade de uma aproximação sentimental às mulheres. Muitos homens pagam para ter sexo, mas também para poderem sentir que alguém durante uns tempos pode ouvi-lo e aconchegá-lo.

Nestas situações as mulheres que se prostituem desempenham um papel extremamente importante. Elas garantem o mínimo de saúde emocional e sexual aos seus clientes uma vez que lhes proporcionam momentos de intimidade física e emocional nos quais eles se possam sentir satisfeitos e apreciados. Acima de tudo, ouvidos. Isto é muito comum em sociedades com uma população idosa... tal como a sociedade portuguesa.



Por outro lado, a prostituição, pode ter um papel importante a desempenhar na salvaguarda do bem público através da satisfação dos impulsos sexuais da sua população. A China apresenta uma discrepância cada vez maior entre mulheres e homens. Em pouco tempo vão existir mais de 40 milhões de homens do que mulheres. Uma das formas de manter a ordem pública é garantir a esses homens uma vida sexual minimamente saudável. Sem prostituição será muito difícil consegui-lo.

Quer gostemos, quer não, uma vida completa manifesta-se, na maioria das pessoas, pela satisfação pessoal nos diferentes níveis existenciais como a vida emocional, sexual, profissional, cultural. Nos níveis sexual e emocional as prostitutas podem ter um papel importante a desempenhar. Talvez isto seja mais um motivo de ódio contra essas mulheres e desprezo pelos homens que a elas recorrem. Já imaginaram o que é ter um homem que prefere pagar a uma estranha para ter algo que a mulher, em casa, lhe providencia sem "custos financeiros"?

Esta última frase, apesar de provocadora, chama a atenção para um problema nunca discutido na discriminação que se faz às prostitutas. Até que ponto a discriminação não é uma consequência (entre outras) da competição sexual entre mulheres? Uma mulher que goste de sexo ocasional pode sentir menos restrições morais para se envolver com homens comprometidos (que não a chateiem depois do sexo), mesmo que sejam comprometidos com uma amiga; uma mulher que troque dinheiro por sexo pode facilmente absorver posses que de outra forma iriam para a mulher traída; uma mulher que troque sexo por uma promoção pode ganhar o lugar a outra pessoa mais apta ao lugar; uma mulher que faça um homem rico e famoso apaixonar-se pode diminuir as possibilidades de sucesso de outras pretendentes. Por vezes a fama tem um impacto tão grande que algumas mulheres são capazes de recorrer à violência física contra outras mulheres que considerem potenciais competidoras (relembro o caso caricato em que a irmã de António Banderas foi agredida por uma fâ que pensava estar em frente de uma nova namorada do actor).

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