terça-feira, 24 de junho de 2008

6 000 000 - o holocausto e as estatisticas

Este texto é especialmente dedicado a todos aqueles que acreditam que o holocausto é uma fraude. Mais uma vez, tive ideia de o escrever após uma conversa com uma defensora acérrima destas ideias.

Existem alguns grupos que defendem que o que se diz do Holocausto é uma fraude. Uns dizem que nunca existiu, outros dizem que não foi tão mau como isso. Enfim…

A comunidade cientifica é unânime. O Holocausto é uma verdade e a sua existência está mais que comprovada. Tirando alguns historiadores desacreditados (alguns condenados em tribunal por fraude) e outros tantos membros da sociedade civil com ligações a determinados grupos políticos ou religiosos ninguém dúvida da existência de tal abominação.



Os grupos políticos de extrema direita pretendem mostrar que o holocausto nunca existiu porque este momento histórico é das realidades que mais afastam potenciais eleitores. Até porque esses grupos políticos se fazem sempre acompanhar de imagens neo-nazis ou de discursos discriminatórios.

O principal grupo religioso que procura atacar o Holocausto vem do Islão. Isto devido à longa luta existente entre judeus e muçulmanos. Actualmente, o presidente do Irão, que é fundamentalista, promove encontros pseudo-cientificos onde se coloca em causa a existência do genocídio judeo.

O número atacado é sempre o mesmo. 6 milhões de judeos. Alguns mais moderados dizem que o número está errado. Os mais fundamentalistas dizem que o holocausto nunca existiu e ponto final parágrafo. O que se pretende fazer com esse número não é mais que uma manipulação mesquinha. Isto porque 6 000 000 não pretende ser um número exacto. É uma estimativa obtida por aproximação e associada a uma determinada margem de erro. É impossível alguém dizer o número exacto de judeos mortos.

Da mesma forma se diz que na Segunda Guerra Mundial morreram 10 milhões de europeus e 20 milhões de russos. Ninguém afirma que foram 20 000 000, exactamente, de russos que morreram. Mais uma vez é uma estimativa feita por aproximação com uma margem de erro. E os 10 000 000 de europeus mortos na 2ª Grande Guerra ou os 9 000 000 de soldados mortos ou 5 000 000 de civis mortos na 1ª Grande Guerra também são aproximações.

Não passa na cabeça de ninguém dizer que a Rússia nunca foi invadida porque não foram, exactamente, 20 000 000 de russos que morreram. Nem passa pela cabeça de ninguém, pelo menos na Rússia, afirmar que a final a segunda guerra não foi tão má quanto isso porque não morreram 20 000 000 de pessoas. Nem negar a 1ª ou a 2ª guerras mundiais com base deste argumentos. Mas fazem-no para o Holocausto.

Curioso, curioso é que dos principais envolvidos no Holocausto não houve um único que dissesse que tudo aquilo era mentira e uma fraude. Na realidade todos aqueles que foram julgados, ou não, e que estiveram directamente envolvidos só respondiam uma coisa: “eu limitei-me a obedecer às minhas ordens”.

O mais ridículo é que para uma amiga minha se em vez dos 6 000 000 tivessem morrido 5 000 000 de judeos então existia uma grande diferença. Afinal o Holocausto não tinha sido tão mau quanto isso. Os números foram exagerados. Os judeos são maus e os nazis foram vítimas da história e já agora, da conspiração internacional do priorado do Sião. Segundo consta, esse mito, inventado na Rússia no séc. XIX, ainda existe.

Podem explicar-me como é que com uma manipulação judaica a nível mundial de tamanho poder morreram milhões de judeos? Esqueci-me. Afinal o Holocausto nunca existiu.

Esquecer ou manipular a história é preparar um futuro idêntico ao passado. As pessoas deviam lembrar-se disso de cada vez que decidem abrir a boca para dizer disparates. Alguns disparates custam vidas humanas e são praticados com um sorriso em frente à maior crueldade possível.

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