quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Anatomia e fidelidade feminina

Todos nós temos conhecimentos muito superficiais de anatomia. Sabemos o que são os braços, a cabeça, o peito, as mamas o pénis, a vagina, as pernas, etc… E também é do conhecimento de alguns que a nossa anatomia evolui-o de modo a responder eficazmente a pressões evolutivas que foram impostas à nossa espécie. Neste pequeno texto pretendo falar de uma parte muito especifica da anatomia masculina. O pénis e os testículos. E pretendo debruçar-me sobre a relação que possa existir entre estes órgãos reprodutores e o comportamento sexual da mulher. Este texto não é uma comédia e pode parecer ofensivo aos olhos das senhoras com uma mentalidade vitoriana. Mas é sobre biologia e teorias dentro dessa área do saber humano que vos vou escrever.

A anatomia comparada, como o nome indica, compara a anatomia de diferentes espécies e procura relações entre elas. Quando comparamos o tamanho do pénis e dos testículos no homem, no chimpanzé e no gorila reparamos que apesar do gorila ser enorme e muito forte tem testículos muito pequenos e um pénis em erecção com apensas 3 cm. No entanto um chimpanzé, muito mais pequeno que o gorila ou o homem, tem testículos 3 a 4 vezes maiores que os do homem, que por sua vez são maiores que os do gorila. Então temos que o gorila tem os testículos mais pequenos, e o chimpanzé os testículos maiores. Porquê esta diferença tão marcante entre estas 3 espécies? Esta diferença é uma adaptação do homem ao comportamento sexual da fêmea. As fêmeas gorila são extremamente fiéis aos machos dominantes, logo estes não precisam produzir muitos espermatozóides para fecundar a fêmea e daí desenvolverem testículos muito pequenos. Por outro lado as fêmeas chimpanzés têm um comportamento sexual muito subversivo o que leva a vários confrontos dentro do grupo. A forma que os chimpanzés machos têm de garantir a sua descendência consiste em produzir mais espermatozóides e, desde logo, precisam de testículos maiores e taxas de produção de espermatozóides mais elevadas.

Esta ideia pode parecer um pouco ridícula uma vez que temos a ideia que os homens e machos de outras espécies produzem espermatozóides para fecundar as fêmeas. No entanto isto não corresponde totalmente à verdade. Por exemplo, o homem produz 3 tipos diferentes de espermatozóides: um tipo especifico para fecundar o óvulo, um outro tipo especifico para defender os espermatozóides com capacidade reprodutiva e finalmente um terceiro tipo conhecido como espermatozóides kamikaze cuja única função é procurar e destruir outros espermatozóides. Existe uma teoria em biologia conhecida como competição de espermatozóides que fala disto mesmo. Uma vez que os nossos testículos são muito inferiores aos do chimpanzé mas maiores que os do gorila podemos assumir que o comportamento sexual da mulher não é tão subversivo quanto o do chimpanzé fêmea nem tão dedicado quanto o do gorila fêmea. Creio que nos aproximamos mais do gorila do que dos chimpanzés.

Não foram só os testículos a ser moldados pelo comportamento sexual da mulher. O tamanho e forma do pénis também o foi. A glande, por exemplo, está feita para poder raspar nas paredes da vagina e retirar espermatozóides de outro macho. A forma dela é especifica para poder recolher espermatozóides na altura em que o homem retira o pénis da vagina da mulher. E é, provavelmente daqui que surge todo o interesse pelo tamanho do pénis que os homens manifestam. Inúmeros estudos demonstraram que o tamanho do pénis é mais importante para os homens do que para as mulheres (e isto não é sexismo). Um pénis maior tem a vantagem de poder lançar os espermatozóides mais longe e dar um avanço útil na corrida pela fertilidade feminina. Um pénis mais grosso pode efectuar uma raspagem mais eficaz da vagina da mulher e garantir uma vantagem para o homem que está a ter sexo naquele instante. O que é interessante nas teorias da biologia evolutiva ou da psicologia evolutiva é que na medida que conhecemos a nossa anatomia podemos conhecer um pouco mais de nós próprios enquanto espécie.

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