Plagiador preso

Certa vez decidi colocar o Copyscape num blogue antigo que tinha. A partir desse momento a minha página encontrava-se protegida contra cópias feitas por outras pessoas dos meus textos. Se os querem ler tem de vir à minha página ou editar os textos com o meu nome.

Para experimentar o Copyscape decidi procurar por blogs que publicassem os meus textos. Em menos de segundos encontrei um filho da puta que tinha pelo menos 3 ou 4 textos meus. Um palhaço qualquer com um blog chamado GA (nome falso e necessário para proteger a identidade do autor dos serviços secretos norte-americanos). Que merda de nome abichanado. Quando comecei a ver a página do palhaço em questão lembrou-me uma grande verdade dos tempos de actuais: “hoje em dia qualquer merda tem um blogue”.



Estava tão furioso que decidi contratar um advogado e apresentar queixa na polícia. Foram todos muito simpáticos comigo e partilharam da minha frustração. Nós, bloguistas criativos, somos roubados por mete nojos que não fazem falta nem ao menino Jesus.

A polícia nessa mesma tarde disse-me que já tinha encontrado a morada do ladrão e que iria efectuar a detenção. Esperei por esse momento. O meu coração exultava de alegria. Passados uns momentos alguém bate à porta. Era a polícia.

“Então já apanharam o camelo?” – inquiri.

“então mas o senhor vive nesta casa? É aqui que vive o individuo que lhe anda a roubar os textos”.

“Ai o caralho. Estão a gozar com quem?” – respondi com ar dominante para mostrar quem realmente mandava.

Mal acabei de falar apanhei com 2 galhetas no trombil e fui preso por ofensas morais à polícia.

Esquecera-me que o GAera o meu blogue antigo e apresentei queixa contra mim mesmo. Fui condenado a 3 anos de prisão por gozar com a justiça e ofensas à integridade moral dos bófias. O caso de tribunal foi complicado de resolver. Eu acusava o GA de me roubar os textos porque eu tinha colocado o copyscape em primeiro lugar. Mas o GA acusava-me a mim de plágio porque ele tinha escrito os textos em primeiro lugar (como se isso importasse). A juíza não gostou muito nem dos meus argumentos nem dos argumentos do GA.

Escrevo-vos este pequeno texto para vos dizer que neste momento está tudo bem. Recebemos novos computadores, na prisão de Caxias, com internet. As cadeiras já têm umas almofadas mais confortáveis e o rabo já não me dói tanto. Daqui a 3 anos espero sair e recomeçar a minha vida. E quando sair vou atrás desse filho da puta do GA e apago-lhe os textos da net. Se te apanho fodo-te cabrão... e vou a cochear. Estás avisado.

PS: o Arnaldo, um negão brasileiro meu companheiro de cela, está muito feliz da vida e manda beijinhos para todos. Também disse para não se preocuparem comigo porque ele vai continuar a tratar bem de mim.