terça-feira, 7 de abril de 2009

Maternidade Alfredo da Costa e Aborto

Este pequeno texto fala sobre alguns problemas que a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) se tem defrontado desde que o aborto (aka Interrupção voluntária da gravidez) foi liberalizado. O leitor deve pensar que eu vou gozar com a ironia de termos uma maternidade a fazer abortos. É um contrasenso, eu sei, mas na democracia dos direitos estes contrasensos são comuns. Além do mais, não devemos ser caso único na galáxia.

Quando se referendou a liberalização do aborto, muitos médicos manifestaram-se contra porque o nosso sistema nacional de saúde não tinha as condições necessárias e existiam outras prioridades (obviamente que estes não eram os únicos argumentos). Após a vitória da liberalização do aborto, os hospitais criaram equipas próprias de forma a garantir o acesso a estes cuidados por parte das mulheres que o desejassem. Quando isso não foi possível o estado pagou a clínicas privadas de forma a que os cidadãos não se vissem privados desse direito.



A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) é uma das maternidades públicas que tem uma equipa especializada no aborto. Qualquer mulher que deseje terminar com a gravidez pode faze-lo, na MAC, em pouco tempo. O irónico disto tudo é que se despediram 3 médicos da MAC devido a problemas internos e agora qualquer pessoa que deseje terminar a gravidez pode faze-lo numa questão de dias mas uma mulher que deseje fazer tratamentos de fertilidade tem uma lista de espera de 7 anos.

Sabendo que no público não se fazem tratamentos de fertilidade após os 35 anos, as mulheres (e muitas votaram a favor do aborto) são obrigadas a inscrever-se aos 28 anos de idade ou correm o risco de não conseguir fazer os tratamentos no público. Com sorte no privado consegue faze-lo até aos 45 anos.

Qualquer dia temos de inscrever as nossas filhas, para tratamentos de fertilidade, mal acabem de nascer. Começa a ser mais difícil nascer em Portugal, do que entrar no Colégio São João de Brito. Mas desde que a interrupção da gravidez seja feita em poucos dias creio que tudo está bem.

2 comentários:

  1. bem visto; de boas intenções está o inferno cheio e v. sabe bem disso eheheh; e eu q votei a favor da descriminalização do aborto (e ñ estou arrependido) vivo de perto uma situação como a q retrata relacionada com os tratamentos de fertilidade; lá está, as minhas boas intenções levaram-me ao inferno; é preciso acabar com o espírito reinante "ó filha não tenho camisinha mas tem q ser agora, o aborto ñ custa nada"; ou seja a liberdade de f.r deve acabar onde outrem acaba f.do sem disso tirar prazer

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  2. As boas intenções tem o hábito de encher o inferno... lolololololol

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