segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

As primárias norte-americanas - parte I

Li um artigo na edição de 9 de Fevereiro de 2008 do Expresso que me incentivou a escrever estas linhas. O artigo versava, como percebem pelo título, sobre as eleições norte-americanas, e tinha o título “McCain à espera”. Mais explicitamente o artigo dava conta dos resultados da super terça-feira. Após ler os dados percebi que McCain, muito provavelmente, só estará à espera do próximo derrotado das eleições presidenciais.

Á primeira vista, McCain encontra-se quase isolado. Vários republicanos já se colocaram contra ele. Segundo foi noticiado Rush Limbaugh, um apresentador conservador, acusa McCain de não ser conservador. Inclusivamente diz que preferia ver um democrata na Casa Branca. Enquanto isso, James Dobson, um cristão evangélico, ameaçou sabotar a campanha de McCain para a presidência.

Do lado democrata as coisas também não estão bonitas para ele. De acordo com as últimas estatísticas os democratas estão a bater todos os recordes de voto. O Alasca tinha um recorde de 254 votantes que foi derrubado este ano com 4000 votantes. No Texas, Idaho e outros estados a tendência parece ser semelhante. Votantes parecem não faltarem no choque Obama-Hillary. Então que razão me leva a crer que este anunciado derrotado será o próximo presidente dos EUA? Por várias razões que considero muito importantes.

Em primeiro lugar, no lado republicano, os grandes inimigos de McCain são extremistas conservadores. Este grupo foi claramente derrotado nas primárias. Basta ver que o seu grande opositor, Romney, foi derrotado por uma grande margem, acabando por desistir da corrida presidencial. Neste momento só HucKabee, um pastor Batista, se mantêm na corrida mas não tem capacidade de luta. Na realidade só tem 197 delegados contra 627 delegados de McCain. Mesmo que grupos extremistas façam campanha contra McCain muitos dos seus seguidores preferirão não votar, ou votar em McCain em vez de um democrata. Por outro lado, quando se derem as presidenciais, será McCain contra uma mulher ou contra um negro. Duvido muito que os conservadores mais fanáticos não corram a votar em McCain para os proteger da mulher rebelde ou do demónio africano.

Em segundo lugar, os republicanos já se decidiram quanto ao seu candidato. Logo existe maior coesão o que será mais importante na votação para as presidenciais. Os votos com que McCain ganha as primárias estão garantidos nas presidenciais. E, como referi atrás, mesmo os republicanos que não gostam dele não hesitarão em votar a seu favor. A comparação feita, por conservadores extremistas, de que prefeririam ver um democrata na Casa Branca, não só não tirará votos a McCain como irá, posteriormente, decidir votos de democratas a favor dele, uma vez que estas criticas ajudam a criar a imagem de um homem moderado.

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