sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Mulheres na tropa e outros direitos

Curiosamente ainda não conheci um homem que fizesse a tropa com mulheres e que fosse a favor da participação delas nesse tipo de actividade. Eu, pessoalmente, sou contra a presença de mulheres na tropa. Isto, porque, de todas as pessoas com que eu falei, parece dominante uma ideia. As mulheres têm tratamento privilegiado na tropa. Não são obrigadas a fazer o mesmo tipo de exercícios físicos com a mesma intensidade. Colegas meus falaram-me que algumas mulheres quando estavam cansadas pediam ao sargento para parar e ele permitia. Que nenhum homem se atrevesse a fazer o mesmo.

A minha opinião é esta: se as mulheres querem fazer tropa, então, que se sujeitem às mesmas privações que os homens. Levem nas trombas como eles, façam os mesmos exercícios físicos que eles. Aguentem a mesma pressão física e psicológica.

Também sei que as mulheres são discriminadas. Recentemente falaram-me de um caso de um par de namorados que se conheceram quando faziam a tropa. Foram apanhados fardados fora do quartel aos beijos e, em consequência, castigados. Ele recebeu uma admoestação e ela foi expulsa. Não sei se estas histórias são verdadeiras ou não. Algumas, presumo que sim. Por certo que não é justo existir um tipo de castigo para as mulheres e outro para os homens. Mas este tipo de castigo também demonstra que algumas chefias militares se encontram fartos de ver o seu trabalho a ser manipulado por políticos que fazem tudo em troca de votos.

Muitos leitores, especialmente os do sexo feminino, não vão gostar deste texto. Não sou contra a igualdade de direitos. Sou contra a estupidez cínica na qual se baseia essa luta.

Toda as pessoas lembram que as mulheres não ganham tanto quanto os homens. Isso é, sem dúvida, discriminatório. Mas ninguém diz que o mais justo seria o trabalhador ganhar consoante o seu rendimento e não consoante o seu sexo. Por outro lado os homens são mais discriminados no que concerne ao uso de dias após terem sido pais. Não vejo nenhum grupo dos direitos humanos a protestar contra tal coisa.

Agora chegou a vez das tropas de elite, nomeadamente os fuzileiros. É verdade que existem mulheres a prestar serviço nas forças armadas e algumas com distinção. Relembro o caso da 1ª mulher a ser aceite no curso de pilotos da caças de guerra. Ficou em primeiro lugar. No entanto, um fuzileiro, um comendo, um ranger são muito diferentes de um piloto. Existem considerações em termos de força física, por exemplo, em que as mulheres saem prejudicadas.

Também se poderia usar a comparação com os paraquedistas onde se encontram mulheres. No entanto, os testes de entrada de mulheres e homens são diferentes. Onde está, então, a igualdade de direitos? Eu defendo que as mulheres são livres de entrarem em qualquer uma das forças especiais existentes. Mas defendo que elas tem de estar sujeitas ao mesmo nível de testes físicos que os homens.

Da mesma forma que não se discriminam sexos na entrada de um curso superior também não se deveriam discriminar na entrada nas forças especiais. Se um paquedista, do sexo masculino, tem de fazer 40 abdominais em 2 minutos, então uma paraquedista do sexo feminino terá de fazer a mesma coisa. Caso contrário, deixarão de existir paraquedistas e passarão a existir paraquedistas do sexo masculino e paraquedistas do sexo feminino. Aí está uma boa forma de retalhar uma força special que se quer como um corpo único.

Parece-me que estes movimentos se devem, principalmente, a nossa relação de ódio-desprezo com as forças armadas. No campo de batalha não interessa o sexo mas sim a capacidade de lidar com uma situação especifica. Como não há nenhum campo de batalha que nos atemorize, transformamos as forças armadas num campo de batalha ideológico onde se servem mais os nossos sentimentos de “isto parece-me correcto” do que o nosso dever de garantir forças armadas competentes para o serviço. As forças especiais servem um propósito e qualquer pessoa que lá queira entrar, independentemente do sexo, deve obedecer a certos requisitos que lhe permitam cumprir com as suas obrigações.

8 comentários:

  1. primeiro vai pa tropa e ve se realmente e verdade k as mulheres n fazem os mesmos exercicios fisicos, e triste fazeres comentarios de algo k desconheces.

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  2. Não deve ter entendido a mensagem do texto. Não sou contra a presença das mulheres em qualquer ramo das forças armadas. No entanto, não concordo com discriminação. Nos fuzileiros não existem homens nem mulheres mas sim fuzileiros. O que se aplica aos fuzileiros aplica-se a todos os outros ramos das forças armadas. E, como mencionei no artigo, já existem mulheres nos paraquedistas. Mas os testes de entrada são diferentes. Os homens são obrigados a cumprir tempos, para serem aceites, que as mulheres não tem de cumprir. Pouco tempo depois de sair o artigo que deu origem a este texto já havia pessoas a afirmarem que os testes para "mulheres fuzileiros" deviam ser diferentes. Por mais, nem compreendo porque me criticas quando na realidade a única coisa que defendo é o fortalecimento das forças armadas e o uso de parâmetros não discriminatórios. Não conta o sexo, a raça, o estrato social ou outra coisa qualquer. A única coisa que interessa é se são aptos ou não a entrarem e a cumprirem o programa... sem discriminações.

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  3. Boas... Estava a procura de informação sobre a entrada de mulheres nas especialidades de elite e encontrei esta página, com a qual não concordo (obviamente) e decidi apenas deixar um comentario... é certo que o sexo feminino não tem tanta força quanto o sexo masculino, mas acredito que com esforço e força de vontade as mulheres consigam passar pelos mesmos obstaculos que os homens e com tanto ou mais destaque, mesmo estando mais limitadas! Quando oiço algum homem dizer que as mulheres nao conseguem isto ou aquilo apenas porque sao mais limitadas, vejo homens fracos que tem medo que a gente lhes roube o mérito!!! Relativamente a parte das mulheres desistirem, é verdade, algumas desistem em provas de teor fisico, mas também os homens. Como militar que sou, aprendi uma coisa, há mulheres para tudo e há homens para tudo e nem sempre a mulher é mais fraca que o homem, e falo isto por experiencia propria. Apenas deixo um concelho, entra para algum ramo das Forças Armadas para mudares de opiniao quando vires homens vergarem e mulheres superarem alguns! Um bem-haja.

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  4. Conocordo plenamente contigo Silvia. E ,se reparares, noutras respostas, vais observar que eu não me oponho à entrada de mulheres na tropa. Em nenhum ramo da tropa. Oponho-me sim a que elas sejam aceites com requisitos diferentes dos dos homens. E não tenho dúvidas nenhumas que há mulheres mais fortes que a maioria dos homens. Posso dizer-te que treino Muay Thay e sou treinado por alunos da Dina (lutadora Portuguesa). Já treinei com a Dina (quando combatia) e já fui treinado por ela. E apesar da maioria das mulgeres não apreciar o Muay Thay, a Dina é das melhores (foi o primeiro atleta português a vencer uma luta profissional na Tailândia, tanto quanto sei). Mas também tenho a certeza que na maioria das vezes a mulher é mais fraca que o homem. isto é um facto que nem vale a pena discutir. A questão que se coloca não é se a mulhger é mais forte ou mais fraca mas sim se deve ser aceite nas forças especiais e em que circuntâncias deve ser aceite. Eu defendo a presença de mulheres nas forças armadas e nas forças especiais. Mas também defendo que só deve existir um parâmetro de avaliação para entrada e conclusão dos cursos. Direitos iguais para todos.

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  5. Exacto advogado do diabo, concordo plenamente contigo, forças especiais serão sempre forças especiais e sinónimo de dureza, por isso tem os seus parâmetros que por vezes complicados de atingir, por isso é que não é para todos e mesmo com a entrada de mulheres para essas forças, não deverão existir "adaptações" nem parâmetros de avaliações diferentes! É clao que as mulheres são sempre mais fracas a nível de força, mas também por nos ser incutido isso desde sempre é que a mulher não dá valor a si mesma! Não pode havetr um "downgrading" porque senão deixa de ser força especial e passa a ser mais uma força normal. Por isso, agora o sexo feminino só tem de mostrar o que vale e força nisso!!! ;)

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  6. Fico contente por saber que acabámos por surfar na mesma onda. Na minha opinião, uma sociedade livre é aquela que dá hipótese às pessoas de desenvovlerem as suas potencialidades e conquistarem os seus sonhos. Se existirem mulheres que consigam fazer o programa de rangers ou de outras tropas especiais, então, nada tenho a opor. O que realmente me incomoda, neste caso, é que corremos o risco de prejudicar a capacidade de intervenção das forças especiais por transformá-las num campo de batalha ideológico. Numa situação de conflito isso não nos vai ajudar em nada.

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  7. Pois, é, fartei-me de ler estes comentários e começo por explicar que alguns que os fazem nunca foram à tropa e se foram recentemente, talvez vos consiga percebe um pouco, porque destes últimos anos, conheço muito pouco. Mas também num curso de tropa de "elite", como os paraquedistas há sempre gente que não chega ao fim, e esses também devem ser considerados mulheres, ou "incapazes", para certas provas fisicas? O sexo forte é masculino? E os homens que não conseguem, o sexo fraco? Fica na consciência de cada um gostar de terminar um curso com orgulho de missaõ cumprida, ou não! Para quem não se esforçou e pediu tratamento especial, não merece ter a Boína Verde! Não creio que todas as mulheres Paraquedista tenham tido esse tipo de tratamento especial!
    Que nunca por vencidos se conheçam"!

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  8. Boas OmFernandes.
    Não considero a mulher ou o homem como sexos fortes ou fracos... a nãos er que decida escrever uma sátira e provocar feministas. lolol
    Mas este texto não é uma sátira. Ele fala de um problema que deu que falar há uns anos atrás. E foi baseado em informações publicadas em revistas e jornais. No artigo mencionei 2 factores que nos deveriam fazer pensar:
    1 - os critérios de entrada nos páraquedistas são diferentes para mulheres e homens (pelo menos eram na altura em que o artigo foi escrito)
    2 - pouco depois começaram a ser publicadsas informações onde se referia que as mulheres tinham de ter critérios de entrada diferentes para os fuzileiros.
    Estes 2 factos implicam ou não discriminação sexual?
    Volto a repetir o que escrevi no artigo:
    "Eu defendo que as mulheres são livres de entrarem em qualquer uma das forças especiais existentes. Mas defendo que elas tem de estar sujeitas ao mesmo nível de testes físicos que os homens.

    Da mesma forma que não se discriminam sexos na entrada de um curso superior também não se deveriam discriminar na entrada nas forças especiais."

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