terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ciência e moral - parte II

Defendo um campo livre, ilimitado, no pensamento científico pois essa é a melhor forma de evoluir o nosso conhecimento. Os cientistas não deviam ter medo e não deviam ser castigados por defenderem a existência de raças ou diferenças de inteligência entre as mesmas. Também não deveriam ter medo de discutir diferentes hipóteses para o aparecimento da homossexualidade. Se as opiniões deles estiverem erradas a própria comunidade científica as invalidará.

Limitar a liberdade de pensamento científico é impedir o desenvolvimento de novas teorias e novas formas de encarar a realidade. A meio do século XX, os cientistas que procuraram estudar a sexualidade humana com maior rigor, foram incentivados a não o fazer. Ofendia a moral. Actualmente isso é um resquício da mentalidade retrógrada dos nossos antepassados. A moral muda, mas enquanto não o faz, limita, muitas vezes o conhecimento humano.

No séc. XVII quando surgiu a inoculação, muitas pessoas manifestaram-se contra. Não tínhamos o direito de tratar doenças quando estas eram criadas por Deus. Este pensamento ainda é vigente em alguns círculos muçulmanos. Em consequência acabou-se com a vacinação em larga escala, patrocinada pela ONU, para acabar com a Poliomielite e milhares de casos novos da doença começaram a surgir. A ciência tem o dever de saber tratar as doenças e compreender o seu mecanismo. A aplicação dos conhecimentos e da tecnologia deve ser decidida pela moral da época. Mas isto não implica limitar a liberdade científica.

Este problema intensifica-se porque os cientistas são parte integrante da sociedade. Dean Hammer afirmava ter descoberto o gene gay em 1993. James Watson, de seguida, advogava que as pessoas tinham direito a este conhecimento e decidir pelo aborto, se o desejassem, caso este gene fosse encontrado nos seus filhos. Mais tarde provou-se que ainda não se tinha encontrado o gene gay. Mas a questão central é mais importante: será que a ciência nos dá a permissão de abortar se o nosso filho tiver genes gay (caso existam)?

Os cientistas têm direito à sua opinião seja ela certa ou errada, politicamente correcta ou não. Além do mais a sua opinião raramente é unânime. Outros membros da comunidade científica podem opor-se a esses pontos de vista, como geralmente ocorre. É o livre diálogo e troca de ideias que nos permite ter a noção do actual conhecimento científico e das suas aplicações.

Defendo esta ideia para mostrar que a última questão colocada é errada. Mais uma vez a descoberta de genes ligados à homossexualidade, quando acontecer, pode ser um conhecimento importante para compreendermos um pouco mais do nosso funcionamento enquanto seres biológicos. O problema da realização do aborto já tem a ver com a nossa moral. Será o aborto uma violação da dignidade humana? Um crime contra a humanidade? Isso já sai fora da esfera científica. É um problema moral a ser resolvido pelas pessoas.

Pessoalmente não compreendo porque se ataca tanto o aborto de pessoas com genes gay e não se ataca o aborto de pessoas sem genes gay. Acho a situação realmente absurda. Mas não é um problema científico e sim um problema da nossa consciência.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ciência e Moral - parte I

James Watson, prémio Nobel da Medicina por ter descoberto a dupla hélice do DNA, juntamente com Francis Crick, foi despedido após ter feito afirmações relativamente a uma suposta diferença de inteligência entre a raça branca e a raça negra.

Não venho neste texto falar sobre diferenças de raças ou sobre Watson mas sim sobre um problema de maior relevância. Este problema aborda as ligações da ciência com a moralidade e a liberdade de pensamento que os cientistas devem ter.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Simetria Perfeita de Heinz R. Pagels

“Com Simetria Perfeita, o autor de O Código Cósmico, Heinz Pagels, transporta-nos às fornteiras do pensamento científico, ao estado do universo no momento do big bang e, antes ainda, à criação desse mesmo universo a partir do nada. Escrevendo com inimitável elegância, o Dr. Pagels pressagia com esta sua obra um momento em que, num futuro próximo, os físicos deterão todos os elementos necessários à compreensão do origem, natureza e evolução do universo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quem é cientista? – parte II

A história da pulga é a melhor para tentar explicar o método e a forma como se pensa em ciência. Vamos supor que temos uma pulga que obedece às nossas ordens. Dizemos à pulga para saltar e ela salta. Desenvolvemos então a teoria de que a pulga tem os ouvidos nas pernas. Para provar essa teoria cortamos as pernas à pulga e ordenamos-lhe que salte novamente. Desta vez a pulga não salta. A nossa teoria fica provada: a pulga tem os ouvidos nas pernas.

Pensar em termos científicos consiste em tentar encontrar falhas neste tipo de pensamento. Podemos questionar-nos sobre uma série de coisas: (1) poderão as pernas ser as responsáveis pelo salto e, como tal, a pulga ouve-nos mas não consegue saltar?; (2) poderá existir um mecanismo nas pernas que conduza informação do ouvido para outra região responsável pelo salto e esse mecanismo ter ficado interrompido?; (3) poderá esta pulga ser um caso isolado e outras pulgas serem capazes de saltar sem pernas?. Estes são 2 exemplos da forma como se pode abordar o caso.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Quem é cientista? - parte I

Quem é cientista? Como se pode definir um cientista? De acordo com algumas definições que eu já ouvi, um cientista tem de ser doutorado. Se não é doutorado não é cientista. Na wikipédia cientista é definido como uma pessoa que se dedica ao estudo de uma ou várias ciências.

Então, um dos problemas a resolver é saber o que é uma ciência. Vivemos num mundo onde temos as ciências humanas, ciências ocultas e outras tantas. A Astrologia é vista como ciência, a homeopatia é vista como ciência, a Medicina Chinesa é vista como ciência, a Física é vista como ciência. Na wikipédia define-se ciência como “o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico”.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Poderei eu ser clonado?

A clonagem é, hoje em dia, um dos assuntos que mais atemoriza o ser humano. Uma das maiores conquistas científicas do ser humano tem também o poder de se tornar uma das grandes maldições. Este artigo não tem como objectivo avaliar os diferentes diferendos éticos acerca da clonagem ou das suas aplicações. Pretendo sim responder a uma questão muito simples: poderemos nós ser clonados? Poderemos clonar um ser humano e torná-lo exactamente idêntico a outro ser humano?

Clonar seres humanos é possível e provavelmente já alguém o fez às escondidas do escrutínio público. Mas clonar seres humanos não é a mesma coisa que fazer um ser humano exactamente idêntico. Apesar de ser possível clonar o meu DNA (ou ADN em português) não é possível criar outra pessoa exactamente idêntica a mim. Porquê?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

As primárias norte-americanas - parte II

Em terceiro lugar, os democratas estão numa luta renhida e a grande adesão às urnas, com o empate final, mostra que não tem união quanto ao seu candidato favorito. Isto significa que nenhum dos vencedores das primárias terá os votos garantidos do seu opositor. Os democratas estão numa luta entre uma mulher presidente ou um negro. A sua corrida está a transformar-se mais num espectáculo de minorias reprimidas do que numa corrida presidencial. Isto não significa que estes candidatos não tenham ideias boas e idoneidade, significa que é mais uma corrida utópica que realista. Sem dúvida, que uma das formas de um destes concorrentes vencer será apelando à santa lenda da “América como o país dos sonhos”. Mas não creio que será suficiente. Ou então associarem-se. Hillary e Obama (um como presidente e outro como vice-presidente, independentemente da ordem de apresentação), juntos, têm a capacidade de derrotar McCain. Mas separados serão derrotados. A questão é de saber até que ponto é viável a sua parceria. Poderá a sua luta desgastar o partido Democrata e afectar as presidenciais? As feridas abertas entre os 2 poderão ser realmente sanadas?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

As primárias norte-americanas - parte I

Li um artigo na edição de 9 de Fevereiro de 2008 do Expresso que me incentivou a escrever estas linhas. O artigo versava, como percebem pelo título, sobre as eleições norte-americanas, e tinha o título “McCain à espera”. Mais explicitamente o artigo dava conta dos resultados da super terça-feira. Após ler os dados percebi que McCain, muito provavelmente, só estará à espera do próximo derrotado das eleições presidenciais.

Á primeira vista, McCain encontra-se quase isolado. Vários republicanos já se colocaram contra ele. Segundo foi noticiado Rush Limbaugh, um apresentador conservador, acusa McCain de não ser conservador. Inclusivamente diz que preferia ver um democrata na Casa Branca. Enquanto isso, James Dobson, um cristão evangélico, ameaçou sabotar a campanha de McCain para a presidência.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Segurança social e o dízimo dos crentes

Todos os meses deixo a minha contribuição para essa grande instituição que é a Segurança Social. E fiquei muito contente por saber que este ano a nossa (in)segurança social teve lucro. A minha questão é esta: à conta da miséria de quem é que a segurança social teve lucro?

Esta cambada de chulos leva-me 120 euros por mês. E daqui a uns meses vai começar a levar 150 euros. Se eu ganhar 500 euros por mês fico com quanto? Felizmente ainda vivo com os meus pais. Mas conheço casos que ganham tanto ou menos como eu, com filhos para sustentar, a quem a segurança pede os mesmos 150 euros. É claro que estas pessoas recusam-se a pagar. Entre dar comida aos filhos ou pagar a segurança social que se lixe a segurança.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Morte do GA

Pois é meus amigos. Faz precisamente 1 ano que eu comecei a escrever estas porcarias. 1 ano é motivo de orgulho. Este site já durou mais tempo que qualquer namorada minha.

E o que é que vocês aprenderam ao longo deste ano? Nada. Absolutamente nada. Mas não me culpem, pois nunca obriguei ninguém a vir aqui. Se quiseram perder o vosso precioso tempo só há uma pessoa a quem possam pedir responsabilidades. A vocês mesmos.