quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Caçar bruxas - o martírio de boacomómilho

2 santos inquisidores, parvónio e taradónio, dirigiam-se a uma aldeia, cuja fama de mulheres bonitas, chamava a atenção de todos os homens das redondezas. Chegados à aldeia começam a pregar sobre a vontade divina de perseguir bruxas. E onde existiam mulheres bonitas, existiam sem dúvida bruxas. A bruxa era a coelhinha da playboy do renascimento aka idade das luzes.

Após incentivarem as pessoas a denunciarem as bruxas existentes no seio daquela aldeia eis que uma mulher, chamada bicosdeborla, começa a dar com a língua nos dentes. Os inquisidores não sabiam mas essa mulher, que era boa todos os dias, queria dar umas cambalhotas com o marido da melhor amiga e como a amiga, boacomómilho, que tinha um par de mamas descomunais, não permitiu, ela decidiu apresentar queixa dela como sendo bruxa.

Os inquisidores já tinha recebido queixas de uma bruxa que se resumia a uma velha má como as cobras que gostava de bater nos animais, fazer sopas com caudas de ratos e cantar canções em línguas desconhecidas à volta da fogueira. Mas que poderes demoníacos pode ter uma velha com 70 anos de idade? Os inquisidores acharam por bem prender a futura bruxa com um granda par da tetas.

Após presa e violada por várias vezes pelos santos inquisidores, começou o interrogatório e a tortura. Parvónio começa a interrogar a futura bruxa boacomómilho.

“Acredita em bruxas?” – inquire parvónio.

“Não!” – responde boacomómilho.

“E não sabeis que negar a existência de bruxas é a mesma coisa que negar a existência do Diabo e que isso é considerado heresia?” – intervêm taradónio.

“mas estes gajos não param de me foder!” – pensa boacomómilho. “Isso não sabia!” exclama, a tentar ver se tinha mais sorte na próxima pergunta.

“Acredita nas bruxas?” – pergunta parvónio novamente. E olhe que isto é uma pergunta de sim, não é uma pergunta de desenvolvimento ou de escolha múltipla.

“Sim” – responde boacomómilho sem grande hipótese de fugir à questão.

“E quantas bruxas conhece?” – interroga rapidamente parvónio.

“Eu não conheço nenhuma.” – responde boacomómilho a pensar que, desta, já estava safa.

“Se me disse que acredita em bruxas é porque já deve ter visto alguma ou está-me a mentir?” – questiona parvónio com ar autoritário.

“fodida mais uma vez!” – pensa boacomómilho. “Eu não estou a mentir…” responde já em desespero de causa.

“Bem, já a apanhei a mentir antes.” – interrompe taradónio – “Presumo portanto que conhece bruxas ou presumo que me mentiu, o que por si é crime?”

“Mas eu não conheço bruxas.” – grita.

“Vamos ter de a torturar mais um pouco” comenta parvónio para o taradónio.

“O que pretendes fazer agora? Pô-la a ver uma novela da TVI, assistir ao jornal apresentado pela Moura Guedes ou arrancar-lhe as unhas?” – questiona taradónio.

“Não, por favor.” – grita boacomómilho. “se me arrancarem as unhas depois já fico menos atraente para me violarem não é? – que raio de coisa para se dizer! – E o meu pobre coração não vai aguentar um episódio completo das novelas da TVI ou o jornal do Manuela! – a liberdade de expressão devia ter limites – Tenham piedade de mim.”

“A violação não é problema para nós. Pelo que já vimos ainda vamos ter de prender mais algumas vizinhas suas para interrogatório.” – retorque taradónio.

“Porra mas estes gajos são experts a foder uma gaja!” – pensa boacomómilho. Sem hipóteses decide participar no jogo e tentar salvar a sua vida. “Perdoem-me, eu conheço uma bruxa. Desculpem-me, mas com tanta dor já nem consigo pensar direito. A bruxa chama-se bicosdeborla.”

“E você é bruxa?” – inquire taradónio?

“Não. Eu não sou bruxa. Por favor, acreditem em mim!”.

“Está-me a dizer que conhece bruxas que vivem na sua aldeia e que você não é uma delas. Está-me a mentir novamente! Sabe que é crime e que só lhe vai trazer mais dor se me mentir. Se não é bruxa é feiticeira, qual delas é?” – interroga taradónio, já bastante chateado, por causa das mentiras sucessivas de boacomómilho.

“Bem mas feiticeira, escreve-se de forma diferente de bruxa. Portanto se eu fosse feiticeira não estaria a mentir quando afirmava não ser bruxa!” – afirma boacomómilho com um certo orgulho. Apesar de presa, humilhada, violada e torturada ainda era capaz de dar cartas. “Mas também vos digo que não sou feiticeira!”.

“Vamos ter de inspeccionar o corpo à procura de marcas do Diabo!” – exclama taradónio.

“Outra vez? Mas vocês tomaram viagra abençoado por Sua Santidade?” – questiona boacomómilho, em desespero. “Sabem que eu já estou um pouco dorida e assada?! Não acham que precisam de se acalmar um pouco? Ou acham que é fácil ser violada e ficar pendurada por cordas e levar chicotadas e ser violada outra vez e ver o Sporting jogar à bola e ter de ouvir o Castelo Branco a cantar e ser violada novamente. Isto não é fácil. Bolas eu não sou a super-mulher.”

“Nós não te vamos violar. Relaxa. Vamos procurar por sinais no corpo que possam ser marcas do Diabo e acho que já as encontrei. Sem dúvida que mamas tão descomunalmente grandes só podem ser obra do diabo.”

“Bolas, agora até as mamas são obra do Diabo. Há bocado vocês não pareciam muito preocupados com a obra do Diabo!” – exclama boacomómilho.

“Só há mesmo uma forma de resolver a questão.” – afirma parvónio – “É preciso fazer o ordálio da água fria.”

“E o que é isso?” – pergunta boacomómilho.

“Basicamente atamos os teus pés a um calhau e mandamos-te para o rio. Se te afundares és inocente se não te afundares és culpada.” – explica taradónio.

“Agora é que me foderam de vez!” – suspira boacomómilho.

Após presa e atirada para o rio, boacomómilho desaparece da vista de todos em poucos segundos.

“Bem, afinal ela sempre era inocente!” - exclama taradónio.

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