sábado, 12 de dezembro de 2009

Islamofobia, ocidentofobia e servilismo… onde começa e acaba o racismo - parte II

As declarações do cardeal-patriarca de Lisboa sobre o casamento de mulheres ocidentais com homens muçulmanos

Este terceiro assunto, que muito afligiu a comunidade muçulmana em Portugal, já foi extensamente falado noutro texto. Mais uma vez não vejo aqui nenhum sinal de islamofobia.

É necessário uma grande ingenuidade para não olhar para um facto óbvio: a mulher não goza, nos países muçulmanos, dos mesmos direitos que goza nos países ocidentais. A mulher tem um papel secundário e é altamente reprimida. A estupidez é tanta que inclusivamente se escrevem livros de como bater nas mulheres. E isso é visto como algo perfeitamente normal. E estão documentados imensos casos do que acontece a muitas mulheres ocidentais quando casam com muçulmanos e vão viver para os seus países de origem.

Os muçulmanos não se deviam sentir ofendidos com as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa. Eles deviam sentir-se ofendidos pela forma como tratam as suas mulheres e não pelos avisos que os ocidentais dão às suas mulheres.
IMAGEM 1 - Mais uma caricatura publicada em jornais muçulmanos. Pode ver-se Sharon com um machado formado por uma suástica a despedaçar crianças palestinianas. Obviamente que esta caricatura não é minimamente ofensiva.

O referendo na suíça sobre os minaretes

Finalmente temos o referendo suíço sobre a construção de minaretes. O único exemplo daquilo que se pode considerar islamofobia. E neste ponto concordo com qualquer muçulmano. Como espero que qualquer muçulmano concorde comigo quando digo que este exemplo é também ocidentofobia. É um exemplo contra o estado laico, onde as minorias são livres de praticar a sua religião (desde que esta não entre em contradição com as leis do país anfitrião).

IMAGEM 2 - Protestos contra as caricaturas de Maomé. Nos placards pode ler-se, da esquerda para a direita: “este é o princípio do fim para vocês descrentes” e “PAREM... os vossos crimes contra a nossa religião e o nosso profeta".


Conclusão

Antes de partir para as alegações finais gostaria de deixar no ar umas pequenas questões: no caso da proibição dos símbolos religiosos em escolas públicas qual a razão que levou os muçulmanos a terem uma reacção desproporcionada quando comparada com outras religiões? Como se explica a explosão de violência contra países ocidentais quando as caricaturas já tinham sido publicadas num jornal egípcio sem gerar qualquer tipo de atrito?

Estas duas questões estão relacionadas com os 2 primeiros exemplos de islamofobia, de acordo com o advogado Munir Mussa. No entanto, quando os casos são analisados com alguma profundidade facilmente se pode ver que nada tem a ver com islamofobia.

A reacção dos muçulmanos denuncia uma dificuldade de integração e aceitação de outros valores que não os seus (qualquer análise sobre a liberdade religiosa nos seus países de origem serve para sustentar este ponto de vista) e um aumento de ocidentofobia (como é o triste exemplo das caricaturas).

A questão do véu – que também tem pontos em comum com o aviso do cardeal-patriarca – e a questão das caricaturas, indicam que os muçulmanos estão dispostos a lutar contra valores essenciais das sociedades ocidentais. As sociedades ocidentais só aceitarão este modelo se assim o desejarem. Os muçulmanos casam-se com mulheres ocidentais mas não lhes querem garantir os seus direitos de nascença, usam de todo o tipo de liberdade anti-semita mas atacam o ocidente quando satiriza o seu profeta ou a sua religião, mesmo quando essas caricaturas são muito menos agressivas que o conteúdo anti-semita dos cartoons islâmicos.

IMAGEM 3 - Esta é uma caricatura ocidental. Deveras ofensiva.

Se forem os muçulmanos a definirem islamofobia nos nossos países, então, rapidamente perderemos a nossa identidade europeia. Os valores ocidentais desaparecem para surgir um novo califado. São os europeus que têm de definir o conceito de Islamofobia. Somos nós que temos de traçar uma linha entre racismo e servilismo. E acima de tudo somos nós que temos de defender os nossos valores e o tipo de sociedade em que queremos viver. E acima de tudo não nos podemos esquecer que muitas das coisas vistas por muçulmanos como Islamofobia podem ser facilmente percepcionadas por nós como Ocidentofobia.

Sem comentários:

Enviar um comentário