Islamofobia, ocidentofobia e servilismo… onde começa e acaba o racismo - parte I

Com a crise suíça dos minaretes começaram a surgir imensos documentos e textos na net onde os países ocidentais (designados muitas vezes como cristãos) são acusados de islamofobia.

De acordo com a notícia do expresso, o advogado (desta vez não sou eu!) Munir Mussa referiu vários exemplos do agravamento da islamofobia nos países europeus. São 4 os exemplos referidos:

1 – a proibição de símbolos religiosos em França

2 – as caricaturas do profeta Maomé

3 –As declarações do cardeal-patriarca de Lisboa sobre o casamento de mulheres ocidentais com homens muçulmanos

4 –o referendo na suíça sobre os minaretes

O problema aqui é definir exactamente onde começa o racismo contra o islão, uma vez que a perspectiva de um muçulmano não é a mesma que a de um ocidental. Para um muçulmano, qualquer atitude contra os seus valores religiosos é sinónimo de islamofobia. O que para um muçulmano é visto como islamofobia, para um ocidental é visto como o exercício de alguns dos seus direitos básicos. Portanto a questão que se coloca é esta: serão todos estes exemplos correctamente classificados como islamofobia?

A proibição dos símbolos religiosos em França

Falar na proibição de símbolos religiosos não implica falar unicamente na proibição do véu feminino. A lei proibiu igualmente o uso de crucifixos e o uso de solidéus judaicos. Não existiu discriminação relativamente a nenhuma das principais religiões. Usar este exemplo como um sinal da crescente islamofobia na Europa é pura e simplesmente cínico. O estado francês implementou uma lei que pretende fortalecer as suas bases laicas e diminuir a importância da religião que tão importante se mostrara na discriminação entre alunos.

Uma das razões apresentada pelo Ministro da Educação, Luc Ferry, estava relacionada com o aumento do racismo e anti-semitismo nas escolas. Nas palavras do Ministro esta lei pretendia que as salas de aulas não ficassem divididas em “comunidade religiosas militantes”[i].

Por muito que falemos do Deus do amor e da bondade da religião, a verdade é que onde existem muitas confissões religiosas existe guerra, existem lutas religiosas. As religiões são antagónicas e possuem uma natureza bélica inerente ao seu sistema de pensamento (pelo menos quando têm poder para tal) que gera atritos sociais e tem potencial para corroer a estabilidade da estrutura social.

Mas para os muçulmanos não interessa que a lei tenha sido igual para todas as religiões. Não interessa que os alunos do ensino público se vejam envolvidos em guerras devido à religião. Interessa unicamente manter um símbolo religioso que é igualmente um símbolo opressivo contra as mulheres e que viola completamente o espírito europeu de tentar garantir a igualdade de direitos para os 2 sexos.

As caricaturas do profeta Maomé

IMAGEM 1 - caricaturas de Maomé num jornal egípcio. Não houve manifestação nem destruição de embaixadas em lado nenhum.

As caricaturas do profeta Maomé provocaram uma explosão de violência fundamentalista contra o mundo ocidental. Mais uma vez os muçulmanos se mostraram cínicos e hipócritas relativamente a esta questão.

Os primeiros cartuns foram publicados na Dinamarca em 2005. Depois no Egipto (sim um país muçulmano) foram publicados a 17 de Outubro do mesmo ano. E isto sem violência nenhuma[ii]. Finalmente são publicados a 10 de Janeiro na Noruega e a 2 de Fevereiro rebentam os protestos públicos.

A liberdade de expressão faz parte da cultura europeia. Os nossos cartoonistas fazem caricaturas com Maomé, Deus, Jesus Cristo, Políticos, Pai Natal e futebolistas. A lógica do cartoon é satirizar, através do desenho. No entanto, como os muçulmanos não tem noção do que é liberdade de expressão ou, pelo menos, não a aplicam à sua religião (nem a liberdade de pensamento já agora. Um problema crónico de pessoas religiosas!) e procuram impedir esse direito aos ocidentais.

O mais ridículo nesta história é que os cartuns foram publicados num jornal egípcio e não provocaram nenhum tipo de problema. No entanto, as embaixadas da Dinamarca, da Suécia e do Chile foram destruídas, o prédio das Nações Unidas foi invadido em Gaza, por homens armados, quando estalou a crise de violência. Porquê este movimento violento quando as próprias caricaturas tinham sido publicadas num jornal do Egipto?

IMAGEM 2 - nesta caricatura os ratos representam os judeos. Os muçulmanos falam das caricaturas ocidentais, no entanto esquecem-se de referir estas cujo conteúdo é muito mais ofensivo. Os muçulmanos fizeram a mesma associação que os nazis.

Os muçulmanos querem fazer-nos crer que estas caricaturas são um sinal de islamofobia. Não o são. Se os muçulmanos desejam realmente ver cartoons com conteúdo extremamente racista, então, deveriam ver os cartoons que publicam nos seus jornais de conteúdo anti-semita. E depois ganhavam vergonha na cara e tentavam esconder a sua intolerância religiosa. Independentemente das suas crenças religiosas não tem direito a colocar em causa a liberdade de expressão na Europa. E sim, eu quero ter o direito de me rir com cartoons que fazem pouco da religião… seja ela qual for. O caso das caricaturas de Maomé só mostrou ao mundo a ocidentofobia e israelofobia existente no seio dos países muçulmanos.

NOTAS FIM DE TEXTO

[i] http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI267926-EI312,00.html

[ii] http://www.angelfire.com/journal2/midiajudaica/especiais/maome_cartuns/maome_main.htm