sexta-feira, 21 de março de 2008

Arábia Saudita do séc. XXII - parte I

Os EUA são a grande potência mundial dos nossos dias. Tem o exército mais forte e tecnologicamente desenvolvido que alguma vez existiu e dominam uma grande parte da riqueza mundial. Isto não foi possível devido à grande inteligência do povo americano mas sim às sucessivas guerras mundiais que destruíram as nações europeias e lhes retiraram grande parte dos seus génios.

Nos EUA podemos encontrar 2 mundos totalmente diferentes: o meio universitário onde abundam pessoas de várias nacionalidades e de grande capacidade intelectual e o povo que é ignorante o quanto baste. Para se ter uma ideia, quando se comemorou os 50 anos do lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima mais de 50% dos americanos não sabiam qual tinha sido o país que primeiro usara esse tipo de armamento. Se acha isto ridículo pense que o número de americanos que acreditava que os ataques do 11 de Setembro tinham sido orquestrados por Sadam Hussein chegava aos 70% e depois dos EUA invadirem o Iraque mais de 50% da população não sabia onde ficava esse país. Perto ou mais de 50% da população também acredita que a Bíblia é um texto factual. O Astrónomo e grande divulgador cientifico, Carl Sagan, queixava-se que os seus alunos americanos tinham pior educação que os seus colegas estrangeiros. Muitos chegavam à Universidade, para cursos de Astronomia, sem saber que o Sol era uma estrela. Mas se ainda tem dúvidas daquilo que digo, procure no YouTube um filme com o nome “americans are not stupid”.



O segredo dos EUA está no financiamento das universidades e no pagamento de ordenados avultados a pessoas com grande qualificação técnica. No entanto o mundo começa a enriquecer. A Europa já consegue conservar a maioria dos seus crânios mais importantes. A Índia e a China ainda perdem muitos, mas perdem cada vez menos e há-de chegar o dia em que será preferível para essas pessoas ficarem nos seus países de origem. Na medida em que o mundo enriquece fica mais difícil para os EUA nutrirem os seus laboratórios e universidades com o poder intelectual estrangeiro. Um exemplo claro deu-se 2 a 3 anos após o 11 de Setembro. Devido ao terrorismo os alunos indianos e chineses tiveram mais dificuldade em entrar nos EUA e começaram a ir para as universidades europeias. De imediato as universidades americanas começaram a apresentar queixas ao governo federal. Para se ter uma ideia basta saber que 1/3 dos quadros superiores da Microsoft são indianos e os departamentos de matemática das universidades americanas estão cheias de chineses e outros asiáticos. Sem o poder intelectual estrangeiro, os EUA afundam-se na sua ignorância popular. Sem energia intelectual correm o risco de se tornarem na Arábia Saudita do século XXII.

Podemos pensar que isto é ridículo pois os EUA são a democracia mais velha do planeta. Infelizmente mais velha pode significar mais caquética e as eleições de Bush-Al Gore em 2000 e toda a manipulação feita por Bush para conseguir invadir o Iraque mostraram as grandes fraquezas da democracia americana. Precisamos de falar de Bush se queremos falar da possível morte do sistema democrático americano. Não por ser Bush o responsável máximo mas por ser um representante dos republicanos. Existe uma luta enorme dentro dos EUA entre Republicanos e Democratas. O vencedor irá definir o futuro democrático daquele país. Uma manutenção prolongada dos republicanos no poder irá provocar um desabamento de toda a estrutura laica da sociedade e torná-la dominada por fanáticos fundamentalistas. Ao contrário, os democratas, tem a capacidade de controlar os laivos fanáticos de algumas correntes de pensamento naquele país e definir politicas que visem o bem estar do povo como um todo. Podemos analisar as diferenças em vários problemas sociais.

A luta contra o terrorismo é descrita de formas distintas pelos republicanos e democratas. Os democratas, quando abordam o terrorismo, aceitam que a luta deve ir no sentido de diminuir a pobreza mundial e dar mais condições de vida e melhores condições educacionais. Também referem que os problemas ambientais são importantes pois já começam a prejudicar vários países incluindo países pobres que não tem condições de se sustentar. Abordam a necessidade de criar um diálogo pacifico e respeitoso com outras nações, em particular com os seus aliados. Seria impensável ouvir Clinton dizer aos seus aliados: “ou estão comigo ou estão contra mim” tal como Bush fez.

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