segunda-feira, 10 de março de 2008

As 7 maravilhas e mais um calhau de Cristo

(Texto escrito em 2007)

Fiquei extremamente emocionado com um dos acontecimentos do ano: a votação das novas 7 maravilhas do mundo. E não por acreditar que aquela palhaçada realmente seja representativo das 7 maravilhas do mundo senão vejamos:

Na França vemos a torre Eiffel ser uma das eleitas. Não que a torre Eiffel não seja uma obra monumental da engenharia e arte humanas mas enquanto maravilha perde-se para muitas obras. Não nos esqueçamos que falamos do país do Sacré Couer, da Saint Chapelle e muito particularmente de uma maravilha (qua não o é, imagine-se!) conhecida como Versailles. Como é que o palácio de Versailles não se incluia na lista de concorrentes para uma das 7 maravilhas? Eu na realidade até sei responder mas ainda não o farei.



Se a eleição da torre Eiffel é uma ofensa grotesca à cultura francesa não nos esqueçamos da eleição da estátua da Liberdade. Conceito esse que se associa mais à estátua do que ao país em si. Não é que vivamos num país com as fronteiras mais antigas da Europa e com uma história e cultura com que os americanos só podem sonhar. É que felizmente vivemos no país do Mosteiro da Batalha, no Mosteiro dos Jerónimos entre outros. E quando se vota para as 7 maravilhas queremos arte a sério ou uma estátua que representa um valor entendido de forma diferente nos 2 lados do Atlântico? Queremos votos e como tal viva a estátua da liberdade.

O cúmulo maior e que tanto ofende a cultura do país como a cultura mundial é a eleição do Cristo Rei como uma das 7 maravilhas do mundo. Esqueçamo-nos de uma série de maravilhas que estão muito acima desse bloco de pedra como a cidade proibida ou uma mão cheia de outros monumento chineses. Se viajarem um pouco pelo nosso belo país ou pelo belo país que é o Brasil rapidamente encontram maravilhas muito superiores ao Cristo de pedra mas enfim... não se vota aqui as 7 maravilhas mas sim o orgulho nacional. A única razão porque Portugal não tem uma maravilha deve-se provavelmente ao facto de não ter uma população de 200 milhões ou mais.

Razão teve o governo egipcio ao retirar as pirâmida de gizé daquilo que é uma palhaçada monumental. Orgulho nacional acima de tudo. Não vamos votar uma maravilha já estabelecida contra calhaus de outros paises, até porque outros países tem uma população maior. Orgulho nacional meus queridos.

E porque é que após esta palhaçada toda eu fiquei satisfeito? Bem por várias razões: Portugal mais uma vez se mostra competente neste tipo de eventos e porque provavelmente somos o único país do mundo que não tem uma das 7 maravilhas mas que lucra com mais turismo do que os vencedores. No fundo o meu motivo de satisfação é igual ao de todos os outros: orgulho nacional meus queridos, orgulho nacional.

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