sábado, 10 de outubro de 2009

Pensar as contradições religiosas - parte I

Para quem passou tanto tempo a discutir o sexo dos anjos, como os teólogos, parece que a inteligência NÃO CRESCEU MUITO. Eu divirto-me bastante a analisar as contradições religiosas. Mais engraçado, por vezes, é ver como os teólogos as ignoram – fica difícil enfrentar a fraude que defendemos – ou como as tentam justificar – esta última é excelente-.

A homossexualidade é daqueles assuntos onde se pode observar em todo o seu esplendor a validade dos argumentos baseados na fé. Dizem os teólogos e padres e demais iluminados que a homossexualidade é anti-natura (assunto que já abordei noutros textos).

No entanto esta afirmação levanta um problema. Se o homem faz parte da natureza e se há homens (ou mulheres!) homossexuais logo a homossexualidade não pode ser anti-natura. Algumas pessoas ainda caem no erro de dizer que o homem não é um animal como os outros e como tal não deve ser analisado sob esta luz. Mas ao afirmar isto não estamos a entrar em contrasenso com a primeiro afirmação? Permitam-me: se o homem não pertence à natureza como é que um comportamento humano pode ser condenado como anti-natura? Muitos iluminados no amor de Cristo procuram não ver estas lógicas.

Vamos então, abordar outra lógica muito simples e ainda mais difícil de engolir para os cristãos. A paternidade de Cristo. Os pais da Igreja defenderam a divindade de Cristo baseados em profecias do Antigo Testamento (sabem aquelas profecias feitas após os acontecimentos?) e em crenças pagâs (não pode ser!)

De acordo com as profecias do antigo testamento, Cristo tem de vir da linhagem de David. Para vir da linhagem de David, Cristo tem de ser filho de José. No entanto Maria foi fecundada por Deus. Logo Cristo não tem nada a ver com a linhagem de David e não é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Por outro lado, se Cristo é o filho de José, então Maria não fora fecundada por Deus mas sim José. Cristo já vem da linhagem de David mas já não é o Messias porque o seu pai não é Deus. No entanto, estas lógicas são secundárias. Só importa saber que a Bíblia demonstra a divindade de Jesus.

Outro pequeno problema lógico que ninguém parece reparar. De acordo com o inventado deus Jesus Cristo é necessário ser pobre para entrar no céu. Uma pessoa rica não pode entrar no céu. A conclusão lógica parece simples: a entrada no céu está mais dependente do número de cartões de crédito do que na bondade da pessoa. Por exemplo, Bin Laden trocou fortuna e boa vida por pobreza, logo tem o céu garantido. Por seu lado, os responsáveis por instituições milionárias como o Vaticano vão todos parar ao inferno – o Diabo nos livre disso!-.

Parece que o humanismo de Jesus se esqueceu de falar das crianças que nasceram ricas! Na realidade ele falou e disse que o reino do céu pertence às crianças. Mas e se essa criança for rica? São lógicas transcendentais.

2 comentários:

  1. 2010-01-31 14:59:45
    Parabéns pelo blog.Gostei imenso.

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  2. 2010-02-09 16:01:17
    Obrigado crédito pessoal online. Aqui está uma maneira cordial de se fazer publicidade. Creio que te terás enganado no blogue. Não acredito que alguêm queira crédito de um admirador do advocatusadiabolo. lololololol

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