Mas nenhuma religião pode contestar os seus dogmas existenciais. E os dogmas do ambientalismo consistem em dizer que a natureza é pura e que a Humanidade é permiciosa para a mesma natureza que a acolhe no seu ventre. Encarar o aquecimento global como fenómeno natural (ou também natural, se desejarem!!!) é o mesmo que dizer que afinal o Homem não é assim tão pernicioso e que a natureza não é uma ideia transcendente tão linear quanto gostaríamos que fosse.
Finalmente temos a caça às bruxas. Qualquer movimento religioso é incompatível com todos os outros movimentos religiosos. A sua base é que tudo o que defendem é a verdade e é sagrado. Por isso, sociedades onde a religião domine a vida social, são mais agressivas e apresentam maiores níveis de discriminação e baixas taxas de tolerância para com outras forma de ser ou pensar. É essa natureza destrutiva da religião que explica a existência de cruzadas, autos de fé ou assassinato de homossexuais no Irão e apedrajamento de mulheres em outros países islâmicos.
Não admira, portanto, que muitos ambientalistas mais fundamentalistas defendam coisas como:
“Quando finalmente levarmos o aquecimento global a sério, quando os impactos nos atingirem verdadeiramente e estivermos em sérias dificuldades globais para minimizar os danos, devíamos fazer julgamentos de crimes de guerra para estes sacanas, uma espécie de Nuremberga do clima[i]”
Preparar a mente das pessoas para determinada acção é o primeiro passo necessário para o acto propriamente dito. A verdade é que se o aquecimento global piorar, seja ou não um fenómeno natural, os cépticos estão sempre lixados. “Mais um furacão? Onde é que andam esses cépticos que nos enganaram por tanto tempo?”.
Outro fenómeno associado a movimentos religiosos é a sua incapacidade de gerirem bem emoções mais humanas. Clama-se por julgamentos a cépticos como se fossem responsáveis pela morte de 6000 de judeos, quando na realidade chamam a atenção para a morte de milhões de crianças em África. Condenam-se as pessoas por pedirem informações cientificas certas e um diálogo construtivo e aberto a todas as ideias. Mas nada se diz, nem se condena, quando o fundador da Greenpeace descreve assim o nascimento das suas crenças ambientalistas:
“Fiquei com a impressão de que, em vez de sair para matar pássaros, devia sair para matar os miúdos que matam os pássaros[ii]”
A minha ideia é que se deveria ensinar as crianças a não matar pássaros sem necessidade disso mesmo. Mas creio que daqui a uns anos terei a ser julgado como criminoso de guerra por esta minha ideia. O humanismo choca sempre com os ideias religiosos. Nem compreendo como se pode seguir uma pessoa que defende a morte de crianças.
Ao analisar a natureza da ideologia ambientalista chego à conclusão de que é cínica e suicida. Cínica porque o mesmo Paul Watson violaria as suas ideias infanticidas e mataria pássaros se tivesse necessidade de comer, ou de alimentar o seu filho. Na realidade o ser humano é dependente da natureza para sobreviver. Os trabalhos de Jared Diamond mostram bem que o ser humano sempre precisou explorar os recursos naturais para sobreviver. Quando os humanos chegaram pela primeira vez ao continente americano provocaram extinções em massa, por exemplo. A ideia idilíca do ser humano respeitador da natureza imaculada é fantasiosa[iii].
Suicida porque é a sua conclusão lógica. A única forma do ser humano não intervir e não depender dos recursos naturais consiste em não existir. É a não existência humana que impede a exploração de recursos naturais… pelo menos aquela feita pelos seres humanos. O objectivo último do ambientalista ferrenho seria o suicídio. A alimentação deles implica a morte de outras espécies animais e vegetais. E se fossem realmente crentes na sua fé então não condenariam milhões de crianças à fome e à pobreza mas terminariam com as suas próprias vidas. E aqui fica o verdadeiro cinismo dos movimentos ambientalistas. Deixem-se milhões de pobres morrer e sofrer privações em nome da fé de poucos ricos.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
[i] Publicado na revista Grist e citado por Roy Spencer na obra A mentira do aquecimento global.
[ii] Paul Watson, 1982, citado por Roy Spencer na obra A mentira do aquecimento global
[iii] DIAMOND, JARED; Armas, germes e aço
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